Cores e o não querer chamar atenção

Já que o grande assunto da vez na minha vida tem permeado, cada vez mais, as cores, estou aproveitando como nunca para trazer mais looks coloridos por aqui.
Um medo que assola a sociedade contemporânea é o de chamar atenção. Fico bem impressionada como é repetido à exaustão “não quero chamar atenção”. Fico pensando mesmo sobre essa frase, porque acredito que estamos aqui para mostrar nossa força, trabalho, dizeres, pensamentos. Mesmo tímidos ou não, a ideia não é pegar uma melancia e pendurar na cabeça, mas respaldar muito de quem nós somos essencialmente no nosso vestir.
Essa vontade de passar desapercebido muitas vezes anula nossa criatividade por puro pavor do que o outro vai pensar da gente. E aí usamos poucas cores, mas o grande lance é que, assim, você chama muito mais atenção do que se estivesse colorido da cabeça aos pés! 🙂
Uma das ideias é de que, se temos uma saia vermelha, pra ela não chamar tanta atenção, usamos com blusa branca, sapatilha tressê bege e bolsa marrom. Pronto, tudo bem neutrinho pra não ficar aquele look aparecido. Aí gente, o lance é que o olhar do interlocutor vai se quedar, duro, vidrado na saia.
E fica ali, um catchup flutuante, porque nenhuma outra peça do look ajudou nessa função de fazer o olhar do outro passear de forma suave ao longo.

ana-saia-vermelha
Eita cabelo desbotado hahahaha

Agora, se criamos uma composição que repita aquela informação de cor mais predominante em algum outro ponto da produção (um lenço na cabeça, um sapato com tons próximos, por ex.) ou se aplicamos uma coordenação de cores análogas, complementares, tríadicas e por aí vai (aqui nesse post eu ensino tudo isso e ainda dou dica de um site que ajuda nessa função!), ao invés de ficarmos MUITO coloridas, essa lógica tem explicação científica: cria harmonia, principalmente porque são cores presentes na natureza e isso é reconhecido pelo nosso olhar —> cérebro.
Assim, com cores se complementando de forma harmônica e criando esse link de cima à baixo, o olhar do outro passeia de forma mais suave pela gente, não criando ruídos e nem desequilibrando a mensagem que transmitimos de forma inerente!
Vermelho com azul, por exemplo, se complementam porque são cores primárias (vermelho, azul e amarelo), o que cria uma ideia de look colorido, mas harmônico, sem nada destoando demais, com equilíbrio de informações!
(como eu esqueci de levar sapatos nesse dia, foi esse preto mesmo, mas eu preferia um metalizado, hehe)
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Camisa e saia acervo O Grito
Bolsa Catarina Mina na Santa Cor
Espadrille Felipa no enjoei
Fotos: Denise Ricardo
Produção: Philippe Rudnick

E só para acrescentar a informação: essas cores também estão todas presentes na minha cartela, o que ajuda mais ainda na hora de pensar coordenação cromática no vestir.
Todas as cores da nossa cartela têm harmonia entre si, por isso, se você segue seu armário majoritariamente nos tons da sua cartela, é muito mais fácil criar looks coloridos sem ficar na dúvida! 🙂
cartela-inverno-puro-ana-soares
No episódio 1 do podcast Moda Pé no Chão eu falo justamente sobre essa parte de coordenação cromática, escuta lá!

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