Muito além das remarcações de Karl para Riachuelo e Ateen para C&A

Enquanto fui observar de perto essa coleção da Replay para a C&A, avistei logo na entrada araras e mais araras com a enorme quantidade de sobras da coleção da Ateen, remarcadas para R$49, R$69 e R$99.

Saias e calças em veludo, blusas e mais blusas, saias longas, algumas coisas interessantes como cardigan de tricô a 49,90 e um ou outro acessório. Mesmo assim eu suspirei. Pegaram uma ideia tão bacana como as coleções especiais de marcas e estilistas que admiramos e conseguiram banalizar. O que deveria ser sazonal e mais espaçado, não dá conta nem de esperar a gente debitar nossas parcelas no cartão.

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De qualquer maneira, quem estava de olho em algo dessa coleção, pode ser uma boa oportunidade para conferir.

Aí ontem, a Munique, leitora antiga do blog e minha ex-cliente de consultoria, me mandou via whatsapp o flagra da coleção do Karl Lagerfel + Riachuelo já com preços reavaliados, digamos assim; estava remarcada, mas ainda muito cara pro que é. Mas vejam bem: já reduziram em Salvador os preços. Em menos de duas semanas!

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Bolsa Karl na Riachuelo era 349,90, agora baixou para 229,90 – leitoras continuaram reclamando do preço.

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As echarpes antes custavam 79,90 e agora saem a 49,90.

Por isso precisamos começar a questionar essas ~coleções~ que nos forçam uma ida desnecessária e muitas vezes “inocente” às lojas toda semana: se tem tanta coisa remarcando assim ou, se essa coleção que foi super festejada entre personalidades da internet e editoras de modas de revistas encalha e sofre uma baixa nos preços em duas semanas, é porque esse sistema precisa ser revisto e algo não está legal.

Na mesma loja da C&A eu ouvi a cada dois minutos nos auto falantes, a coleção que foi desenvolvida pensando no meio ambiente, usando algodão sustentável. Na Riachuelo de Ipanema, um conceito de um rooftop (hahaha, amo) todo verde. A intenção é pegar carona no consumo consciente e continuar vendendo, mas temos que analisar espertamente os espaços dos provadores assim que saímos deles e reparar a quantidade assustadora de roupas penduradas. Precisa de tanto, tanto?

Faz mal ter novidade? Não. Querer vender? Não. Desejar algo trazer com mais rapidez as tendências que antes demoravam pra chegar? Claro que não! Mas de que forma isso está sendo executado? Está atendendo mesmo nossas necessidades e, principalmente, nossos bolsos?

A crise tem levado todo mundo a se segurar e refletir antes de sacar o cartão. Tem vezes que eu nem consigo analisar direito se eu estou levando algo porque eu realmente gostei ou se me influenciei apenas pelo momento. Se eu vou comprar aquilo agora e naquele mesmo mês vai aparecer outra novidade imperdível e eu já escolhi a da outra, aí se fico, se troco, se compro depois…e aí isso tudo confunde, desgasta, cansa. Na dúvida, não compro.

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