{pensamento do dia} Sobre comprar menos e amar mais

Pensei em dividir aqui algumas ideias que apresentei nos workshops, assim acho que todo mundo pode se sentir como parte do nosso círculo de trocas de ideias! O mais gratificante foi poder compartilhar os meus pensamentos sobre consumo e incentivar outras pessoas a repensarem também.

Por que percebe como a indústria é cruel conosco? Nosso cabelo não é bom, nossa pele não é boa, nossas roupas nunca são suficientes. Aí vendem o mousse milagroso para cabelos, o BB Cream que todo mundo precisa ter, as roupas que são a moda naquela semana.

Aí cada vez que vejo tanta novidade bombardeada todo dia, percebo mais o quanto banalizamos cada vez mais os 100 reais. Lembram desse post? Quando a gente estabelece critérios e repensa melhor o que  e no que estamos gastando nosso dinheiro, ajuda a filtrar nossos desejos e a nos tornar mais seletivos.

E nada do que mostrei no workshop era apenas falar por falar: passei por tudo isso também, desde a fase que comecei a ganhar dinheiro trabalhando e gastava com um monte de roupa, até a atual, em que percebo que não preciso ter três calças verdes no armário – sendo que uma nem vestia bem em mim!

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Duas calças verdes pra que, se a da esquerda achatava a minha silhueta e a da direita é ideal pro meu tipo físico?

Comentei nos workshops inclusive da histeria sobre a coleção da Pat Bo para C&A – ao contrário do que algumas meninas pensam, achei várias coisas super lindinhas, mas meu foco não era ter um vestido de festa ou uma blusa floral no armário. Estipulei uma meta e trabalhei nela: preciso de blusas neutras e frescas mas elegantes para o verão. E verão no Rio é praticamente o ano todo hahahaha. Fiz uma super limpa no meu armário e separei tudo que estava acumulando mas já não servia mais ou já apresentava sinais de desgaste. Eu era mestra em sair com a blusa poída (sem notar, claro!!) porque era tanta coisa que eu tinha que simplesmente não percebia!

E para eventos, festeeeenhas ou até passear mais arrumada, essas que eu encontrei na Leeloo OFF serão de muito mais valia. Entraram duas blusas, saíram 10 para doação, 6 para o Enjoei e mais algumas para vender como parte da missão do Imagina na Copa com renda 100% revertida para instituições. Acho que a matemática de entra duas, saíram 20, assustou, rs, mas eu tinha muita coisa acumulada que nem usava mais, AINDA. A gente ganha umas roupinhas ou guarda outras e depois nem lembra mais delas. Chega.

Estou sentindo um alívio enorme há meses ao abrir minhas gavetas e ter menos, mas amadas peças. Não faz mais sentido? Quando a gente compra por comprar, a gente perde a referência do que é que necessitamos mesmo e do que fazem a gente achar que precisa.

desapego

O critério: não uso mais, enjoei, está desgastado (aí vai pro lixo), não me serve mais, não está de acordo com meu tipo físico, tenho repetido…se a gente se apegar muito, não se livra dessa energia acumulada!

O vestido mais caro do meu armário custou 500 reais e economizei por meses para comprá-lo – detalhe: na loja de um estilista. O meu vestido de madrinha custou 300 reais e fez bonito no dia – e ele é tão usável que ainda vai render mais looks. Achei caro pagar esses valores em itens que não uso todo dia, mas que se fizeram necessários por conta das ocasiões. Isso mostra que é possível, sim, mudarmos nossos parâmetros de valores, com pesquisa, economia e paciência para encontrar o que buscamos.

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Vestidos Ronaldo Fraga e Lucas Magalhães na Galerie, ambos comprados em BH.

São vários os motivos que nos levam a comprar:

– Compramos porque estamos tristes;

– Compramos porque estamos felizes, rs;

– Compramos porque ganhamos uma promoção – ou porque fomos demitidos;

– Depois de um trabalho exaustivo, o famoso “eu mereço!”

– Compramos porque todo mundo tem, aí a gente também tem que ter;

– Compramos porque temos mania, nem que seja um esmalte (!!);

Se a gente perceber que TUDO pode ser desculpa pra gente comprar por comprar, tentamos focar em outras coisas. Estou guardando um dindin pra viajar daqui a um tempo, para gastar quando estiver em SP com qualquer eventualidade, para ter uma economia, ou simplesmente para comprar livros, tomar cerveja com os amigos…

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E claro que podemos transferir esse foco pra nós mesmas e não apenas em objetos! Podemos e devemos ser mais do que etiquetas costuradas em um pedaço de tecido.  Sermos nós mesmos é incrível e ninguém precisa se sentir menos porque alguém tem a roupa do momento e você não. Até porque a roupa da moda costuma estar na moda apenas por 2 meses.

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