Peças que duram ou peças datadas?

Ao longo de tantos anos postando aqui, eu percebi o quanto valia a pena ter mais peças duráveis no meu guarda roupa do que apenas aquelas fogo de palha, da estação, as tendências do momento. Fui deixando apenas as que garantiriam mais qualidade no meu vestir e mais tempo comigo.
Fui aperfeiçoando meu estilo, comprando cada vez menos, ganhando mais e mais a certeza do que gosto e do que funciona pro meu tipo físico, estilo pessoal e estilo de vida. Como vocês podem perceber, é um processo longo, de autoconhecimento, de tentativas, erros e acertos, e é assim mesmo que funciona.
Roupas, assim como sapatos, bolsas e acessórios, sofrem desgastes inerentes ao seu uso. Um furinho aqui, um cerzido ali, uma manchinha de nada que ninguém vê (e que insistimos em apontar e mostrar), nada disso invalida o uso da roupa. Nós nos movimentamos, interagimos, sofremos acidentes na mesa do bar derramando aquele molho no colo, ops, vivemos pra lá e pra cá, abraçamos e nos enroscamos no brinco alheio: tantas variáveis para dizer que é NORMAL não ter peças 100% o tempo todo!
Desgaste de uso e de peça boa, que dura, que só sofre o amassadinho de tanto que vale a pena usar, é diferente daquela que ficou com uma aparência envelhecida rápido, que descascou, que já está inteira se desmontando, pelas tabelas, por conta de má qualidade ou de anos e anos e anos de uso – aí ou se manda tingir, consertar, costurar, adaptar.
Assim como se eu gosto daquela peça, se ela funciona bem até hoje no meu armário, se me faz feliz, se rende, porque deveria ser substituída? Foi essa a pergunta quando li um comentário num look recente meu com meu velho de guerra e ainda mais vivo e lindo do que nunca, o scarpin bronze comprado numa super liqui e que habita minha sapateira desde 2012, acho eu! E que uso sempre em muitos e muitos looks, em todos esses anos:

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Foto: Páprica Fotografia

“Os looks estão lindos, mas esse sapato já deu, está datado”.

Datado.
Hoje tá na moda um recorte mais reto na gáspea, eu sei (o decote do sapato). Talvez o bico também não esteja tão em voga, já que é redondo e a frente pontuda se faz mais presente (que eu amo, aliás). Mas e daí? Eu sei disso tudo, eu acompanho isso tudo. E também atualizo meu armário vez ou outra, com um item aqui e outro ali.
Obsolescência programada é um conceito criado para fazer, cada vez mais, nossos bens de consumo durarem menos, terem uma data certa para saírem de moda ou pararem de funcionar bem. Isso é algo planejado, para que compremos mais, em um curto espaço de tempo, gerando mais demanda da indústria para girarmos mais rápido a roda capitalista.
As blogueiras, sites e revistas mostram a peça do momento. Eu, também blogueira, gosto de mostrar o que ainda tá inteirinho, durando, rendendo no meu armário há anos. E tá tudo bem, também! No que é vergonhoso isso? No que isso desmerece a construção do meu estilo? Qual o mérito dessa comparação?
E se tá todo mundo usando ou passou da moda e ninguém mais usa, mas tá lá, inteirinho, e você curte, o julgamento alheio não pode ser superior à sua vontade.
Não quero recorrer às compras só por modismo ou para me dizer influencer (taca aspas aí). Não tenho esse tempo, nem mais esse pensamento e muito menos esse dinheiro. Isso não invalida nenhum discurso, aliás, só reforça o quanto nós podemos promover uma ruptura de pensamento e lógica.
Eu quem quero estar no comando dos meus desejos e necessidades, entendem?
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Outro bom exemplo de peça que uso DIARIAMENTE desde 2013 e que é coadjuvante principal dos meus looks desde então, é essa bolsa preta de couro. Evito comprar mais itens desse material, então bora valer a sua existência?
Tem desgastes? Tem, normal, ela viaja sempre comigo e uso do dia a dia até momentos mais festivos. Tem arranhadinhos? Sim. Está impossibilitada de ser usada mais vezes? NÃO!
E eu continuo adorando ela, não tenho vergonha da aparência de quem usa muito o que se tem, não quero ostentar grife e nem desfilar uma bolsa nova por mês, porque ela resolve minha vida, me completa, vai com tudo, e pronto.
No mundo em que vivemos, com uma maioria esmagadora sobrevivendo com tão pouco, sem acesso ao que é básico, de tudo que se acompanha de malefícios ao meio ambiente, de relações de trabalho desumanas nessa sociedade do consumo, quem você escolhe ser nesse jogo?
Eu prefiro ser, cada vez mais, a que promove uma nova forma de pensar e agir. E dá-lhe scarpin bronze e bolsa saco preta em 2018! 🙂

Agenda Conheça suas cores pelo Brasil!

Conseguimos consolidar a agenda do primeiro semestre e locais dos cursos!

Já abri também o link de inscrições para quem quiser garantir antecipadamente sua vaga – temos limite por turma, mas dependendo da demanda abriremos mais outras! 🙂

Os valores se mantém os mesmos: R$500 para fora do RJ e R$450 no RJ (e R$500 o 2.0, para quem já fez o primeiro curso)! São 4h30 de duração e eu procuro sempre marcar das 10h às 14h30 com intervalo pro café – se alguma turma extrapolar, abriremos vagas à tarde. Turmas aos domingos são à tarde.

Já definimos os locais dos cursos!

Atenção! Mães de bebês pequenos e crianças que não têm com quem deixar os filhos são bem-vindas!

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Turma do Conheça suas Cores em SP que rolou dia 24/2!

Agenda Workshop Conheça suas Cores 2018 –  primeiro semestre

10 de março – Rio de Janeiro/RJ

LOTADO
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

24 de março – São Paulo/SP

Local: Vila Madalena
Horário: das 10h às 14h30, com intervalo pro café
Valor: R$500
ENCERRADO
screver por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscriçã
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07 de abril – Florianópolis/SC

Local: Saco dos Limões
Horário: das 10h às 14h30, com intervalo pro café
Valor: R$500
ENCERRADO
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

14 de abril – Rio de Janeiro/RJ – Conheça suas Cores 2.0 – editado: abri para quem não sabe suas cores também!

Local: Arpoador
Horário: das 12h30 às 16h30, com intervalo pro café
Valor: R$550 no pagseguro, R$500 para transferência/depósito
inscreva-se aqui!
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

15 de abril – Rio de Janeiro/RJ

Local: Arpoador
Horário: das 14h às 18h30, com intervalo pro café
Valor: R$450
Esgotado
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28 de abril – Recife/PE

Local: Bunker Coworking, Poço da Panela
Horário: das 9h30 às 13h30, com intervalo pro café  turma extra à tarde, das 14h30 às 19h
Valor: R$500
ENCERRADO!
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

 

05 de maio – Belo Horizonte/MG

Local: Guaja
Horário: das 10h às 14h30, com intervalo pro café
Valor: R$500
ENCERRADO!
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

06 de maio – Rio de Janeiro (turma pra descobrir a cartela)

Local: Botafogo
Horário: das 14h às 18h30, com intervalo pro café
Valor: R$450
ESGOTADO
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19 de maio – São Paulo/SP – Conheça suas Cores 2.0 – para quem já fez o workshop 
editado: abri para quem não sabe suas cores também!

Local: Vila Madalena
Horário: das 10h às 14h30, com intervalo pro café
Valor: R$600 no pagseguro, R$550 para transferência/depósito
ENCERRADO!
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

20 de maio – Campinas/SP

Local: Taquaral – Campinas/SP
Horário: das 10h às 14h30, com intervalo pro café
Valor: R$500
VAGAS ESGOTADAS
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26 de maio – Goiânia/GO

Local: Coletivo Centopeia/Setor Sul
Horário: das 10h às 14h30, com intervalo pro café
Valor: R$500
inscreva-se aqui!
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

27 de maio – Brasília/DF

Local: CoPiloto
Horário: das 14h às 18h30, com intervalo pro café  Vagas agora pra manhã: 9h às 13h30
Valor: R$500
VAGAS ESGOTADAS!
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

09 de junho – Salvador/BA

Local: Rio Vermelho – Salvador/BA
Horário: das 9h30 às 13h30, com intervalo pro café
TURMA EXTRA: 14h30 às 19h, com intervalo pro café
Valor: R$500
inscreva-se aqui!
Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição

Quem quiser se inscrever por depósito ou transferência, basta pedir os dados bancários por email: [email protected] Por favor, só peça os dados se tiver certeza da sua inscrição.

Para quem é o workshop?

É direcionado para quem ainda não “encontrou” seu estilo pessoal e se perde na quantidade de informações que recebe todos os dias, para quem tem dúvidas na hora de se vestir ou fazer compras e não sabe por onde começar ao montar um guarda- roupa versátil, consciente e atemporal.
Entender sobre suas melhores cores ajuda nesse filtro na hora das compras, a perceber como podemos ser nossa versão mais incrível em várias ocasiões, abre um leque de possibilidades no seu guarda-roupa, estimula a criatividade e ajuda a sairmos da mesmice! ?
Ajuda também na decisão de desentulharmos o armário, tirando aquela roupa da dúvida, essa que você nunca consegue usar e que, talvez, a culpa seja da cor, hehe.
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Conteúdo:

– Cada participante vai passar por uma análise cromática e descobrir a cartela de cores que mais te favorece, e como ela nos liberta para escolhas melhores e para abrirmos um mundo de possibilidades no nosso vestir, ó que beleza! ?
– Vamos conversar sobre círculo cromático, coordenações de cores dentro das cartelas, contraste pessoal, coordenações de neutros, misturar estampas;
– As mensagens das cores <3
– Vamos falar sobre processo criativo na hora de montar os looks e colocarmos algumas ideias em prática com acessórios;
– Se você só usa preto, branco e cinza, eu juro que não vou querer te jogar um balde de arco-íris, mas certamente vamos abrir seu leque de possibilidades para sair um pouquinho da zona de conforto e explorarmos outras cores em potencial – mesmo que sejam variações dos próprios neutros, só que mais…coloridos! hehe!
– Se você usa todas as cores possíveis, também vamos ajudá-los a entender mais sobre as cores da sua cartela, os seus tons mais específicos;
– Como aumentar o número de combinações com o que se tem no armário e trazendo mais impacto nas produções só com coordenações cromáticas, em truques de estilo atemporais;
– Teste dos batons e maquiagem de acordo com cada cartela de cores;
– Tentar dar uma força pra perder o medo de combiná-las, até porque, roupa não morde ;P
– Vamos aprender principalmente a quebrar regras, porque essa é a graça toda do negócio, usar o que te faz bem <3
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E ainda, bônussssss:
– Cartela digital para cada participante
– Material em PDF sobre sua cartela e como usar suas cores

INSCRIÇÃO E PAGAMENTO

Para fazer inscrição você pode clicar no botão do PagSeguro referente ao curso que você quer fazer. O pagamento é em ambiente seguro e você pode pagar através de transferência eletrônica ou de cartão de crédito (com opção de parcelamento). Depois, basta enviar email para [email protected] avisando.
O email é respondido em até 24 horas com a confirmação da inscrição. O PagSeguro avisa quando o pagamento foi feito e se está tudo ok. Não há garantia de vaga sem o pagamento efetuado.

POLÍTICA DE CANCELAMENTO

Atenção! Se houver necessidade de cancelamento de até 7 dias antes da data do workshop, o valor total do curso é reembolsado. A partir daí, nenhuma solicitação de cancelamento será reembolsada — mas é possível indicar outra pessoa para ir no seu lugar aproveitando a mesma inscrição. Desistências de última hora dificultam novas ofertas para participantes com interesse, por isso não dá pra efetuar devolução.
Se a turma não atingir o número mínimo de 6 pessoas, o valor pago pelos outros inscritos será devolvido.

Mistura que dá certo

Aproveitando que o calor deu mais uma trégua, está chovendo e com temperaturas beeeeeeeeeeem amenas, repeti esse look que mistura o clássico (não tão clássico) desse casaqueto tweed, com o despojado esportivo da camiseta de banda!
Não sou muito dada a camisetas, mas eu amo New Order e essa conquistou um espaço importante no meu armário por conta dessa predileção musical. A ideia aqui é mostrar a riqueza que é quando pegamos elementos que aparentemente não teriam conexão de estilos e junta; o resultado é que o look não fica nem careta demais e nem tão descontraído!
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Misturar peças de propostas bem diferentes é um truque muito esperto pra fazer render mais possibilidades no guarda roupa. Sabe o vestido muito certinho? Junta ele com um tênis. A saia muito formal? Cola nela uma bata bem hippie. Na dúvida, crie um link entre as cores, como fizemos nesse look, todo em tons de cinza e preto!
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Camiseta New Order comprada no enjoei
Bermuda Leeloo do 21 Brechó Arte
Casaqueto DVF do Borogodó Brechó (SP)
Sandália Crua
Brincos Fernanda Torquet
fotos: Denise Ricardo
Produção: Manuella Antunes e Philippe Rudnick

Acho que esse look abriu precedentes para um post só sobre mistura de estilos, heim? Algo bem dicas de estilo, mostrando mais sobre esse processo criativo que o hi lo rende! 🙂

Ep 4 do Podcast Moda Pé no Chão: banalização dos 100 reais e proporção do guarda roupa

E chegamos ao quarto episódio dos podcasts do Moda Pé no Chão! Que alegria tem sido acompanhar a repercussão dos anteriores, receber o feedback de vocês em forma de comentários e imagens. Obrigada a todos pela audiência, estamos nesse processo de melhorar cada vez mais para atingirmos um público maior, ampliarmos os temas e trazermos sempre um conteúdo de excelência para quem nos acompanha!
O Moda Pé no Chão é precursor no segmento e traz episódios em programas gravados sobre diversos temas que vocês podem baixar no agregrador/app de preferência e ouvir em várias situações: no metrô, na academia, em casa lavando louça (hahaha), na fazenda, praia ou onde mais der na telha! ?

O episódio já está disponível nos aplicativos de podcast pra IOS e Android, como Soundcloud, Castbox, Overcast, We Cast.
Aqui já tem o link direto para baixar no Itunes!

A banalização dos 100 reais e proporção do guarda roupa

Nesse episódio mais curtinho, eu disserto sobre um post famoso do blog, a banalização dos 100 reais, que fala sobre o consumismo desenfreado e do valor das coisas: vale mesmo a pena lotar o guarda roupa de peças que só se usa uma vez? Quais são as suas reais necessidades no vestir e nos pontos que podemos pensar mais antes de comprar por comprar. Explico também sobre proporção do guarda roupa, o número ideal de peças para se ter e como perceber melhor o custo x benefício delas, levando, assim, a um armário mais conciso e de acordo com as suas reais necessidades de vida.
Clica aí embaixo para ouvir!

O Moda pé no chão trará quinzenalmente temas práticos para quem quer ser feliz com o que tem sem gastar muito, com convidados para discutirmos assuntos pertinentes sobre consumo consciente para todos os tamanhos, bolsos e idades. Para quem quer vestir-se de si mesma sem complicação, com ideias simples, dicas certeiras, críticas e opiniões sempre muito sinceras.
Me contem se gostaram! Uhuuuuuuuuuuu! 😀
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Minha revolução solar

Hoje eu completo mais uma volta em torno do sol: meus 39 anos são, sem dúvida, a idade mais significativa de toda a minha vida.
Passei anos e anos me sentindo incompleta, meio perdida, sem muita paixão por curtir meus dias. Não tem nada a ver com os outros, mas isso vinha de mim mesma: apesar de sempre externar uma alegria, eu tinha momentos de sombra, de me sentir incompreendida, de questionar muito meus caminhos.
Esse está sendo meu primeiro aniversário em que estou sozinha, mas extremamente leve e feliz. Sem cobranças, sem achar que as pessoas precisam se fazer presentes o tempo todo, sem receio de não agradar todo mundo, sem ter alguém do meu lado.
Sou eu comigo mesma, sou eu sendo mais completa do que nunca, sem necessariamente precisar de uma parte.
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Confesso: eu chorei, tive receio de desperdiçar meu dia, não estou acostumada a olhar muito pros meus desejos. Ainda não descobri bem o que me satisfaz, preciso reaprender a olhar pros lados, a descobrir meus prazeres, mas eu tô muito tranquila no meu caminho e em paz com esses ajustes.
Hoje passei o dia exercitando esse olhar pra mim mesma. E eu só via luz, uma mulher como nunca havia me enxergado antes, sem medo algum da idade que completa, pelo contrário! Sedenta por novas experiências e por esse ciclo que se iniciou.
Mesmo com trombadas e algumas desilusões, estou surpresa com a minha capacidade de entender que tudo pode ter seus dois lados, de enxergar uma importante lição nessas experiências e, principalmente, de tirar tanto peso dos meus ombros.
Leveza. A minha nova volta em torno do sol será regida por muita leveza. E muito, mas muito crescimento – deu nos astros, deu no meu coração.
Que jornada linda que me espera e que eu já estou vivendo. <3

O projeto de reciclagem têxtil da C&A

Lembro que fui a um evento de uma marca de lingerie no ano passado e questionei a empresa se tinham alguma política de reciclagem têxtil, já que apresentavam tantas novas demandas de sutiãs e calcinhas desenvolvidas especialmente para diversos propósitos – e de vários que não concordo, como aquelas que servem pra nos deixar mais nóiadas ainda escondendo barriga, levantando peito, enfim.
A devolutiva foi frustrante: nunca pararam pra pensar nisso.
No episódio #2 do meu podcast Moda Pé no Chão  (aliás, já ouviu?) falamos justamente que aqui no Brasil não temos efetivamente uma política de reciclagem têxtil, já que roupa também é feita de matéria prima sintética, o que inviabiliza o seu descarte nos lixões comuns.
Aí foi com uma ponta de esperança que li que a C&A tem um projeto de reciclagem de têxteis, o Movimento ReCiclo, que já tá rolando tem um tempinho mas eu ainda não tinha dado a atenção devida.
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Acho importantíssimo termos essa iniciativa para inspirar tantas outras e trazer também essa consciência para o público em geral sobre a cadeia de processos na moda, já que dos 80% de resíduos têxteis que poderiam ser reciclados, apenas 1% passa por esse processo, segundo dados do Fashion Revolution Brasil.
Muito dessa visão acredito que venha dessa origem gringa da empresa (a rede é holandesa), o que contribui para que eles consigam dar conta de alguns processos, apesar de ainda questionar essa iniciativa vinda de uma fast fashion, que se trata justamente de moda efêmera e grandes quantidades.
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No seu site de programas de sustentabilidade eles disponibilizam um pdf com os pontos de coleta em diversas cidades pra doar roupas, toalhas e roupas de cama que você não usa mais.

Peças que serão aceitas no programa:

  • Roupas em bom estado e higienizadas, sendo elas: blusas, camisas, camisetas, casacos, coletes, jaquetas, calças, shorts, bermudas, saias, meias, bonés, cachecol, canga, sunga, biquíni, maiô, lenços.
  • Acessórios de cama e mesa como lençol, fronha, edredom, cobertores, colchas, toalha de mesa, roupas de lã e crochê.
  • Roupas rasgadas e retalhos também são bem vindas

Entre os que não aceitarão estão acessórios, peças de origem animal e lingerie.

As roupas não serão de propriedade da empresa, que fará o encaminhamento devido a dois tipos de instituição:

  • Associação Cristã de Osasco – instituição social que atua em benefício de comunidades carentes
  • RETALHAR Soluções e Gestão de Resíduos Têxteis – empresa recicladora têxtil que irá desfibrar e encaminhar o material para reaproveitamento na indústria.

Já estou separando várias roupas e roupas de cama que não estavam em bom estado para doar para encaminhar às lojas do programa. Alguém conhece outras iniciativas que também recebem peças do público em geral?

A festa da revelação

Sei que ninguém aguenta mais nada sobre carnaval, mas achei legal fazer um resuminho do meu aqui, o meu primeiro carnaval curtindo mesmo, vivenciando algo que nunca tinha prestado atenção antes, principalmente no quesito looks carnavalescos.
Fui com o olhar observador sobre o comportamento de quem se diverte nesse período catártico, descobri várias coisas sobre a festa que eu nem imaginava, só que faltou eu me planejar melhor, mas acho que faz parte. Ano que vem quero marcar mais com as amigas, programar quais blocos quero ir, conhecer mais quem anima estar nessa grande festa.
Que intenso que foi também no aspecto pessoal: vivi uma paixão de carnaval que acabou na quarta de cinzas, encontrei várias e várias leitoras que estavam muito felizes de me ver ali nas ruas de maiô, que me abraçavam e desejavam minha felicidade; não liguei pro moralismo e vivi o momento como uma mulher que quer cada vez mais se apossar de seus desejos, da sua autoafirmação e autoestima.
A fantasia Garota do Fantástico, reproduzindo a diva oitentista Isadora Ribeiro, foi um sucesso mesmo sem ter ido às ruas – me inspirei abertamente na fantasia de uma outra amiga, a Karina, e fiz a minha versão só na quarta de cinzas, mas fizemos esse ensaio divertidíssimo, que rendeu muitos comentários e foi um puta marco pra mim, que entende que meu corpo também é expressão artística e pode fazer parte do vestir.

UH UH HA UH UH HA UH UH HA UH UH HA!

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Execução da fantasia: Philippe Rudnick
Beleza: Danilo de Almeida

Sobre o vestir, eu anotei VÁRIAS ideias e inspirações para um próximo carnaval! Como a rua é lotada de criatividade e bom humor, como foi bonito observar sob esse viés mais lúdico, aprender com quem pula há anos a festa, entender algumas dinâmicas que eu não percebia.

O carnaval do maiô e da pochete

Este foi, definitivamente, o carná do maiô e da pochete: dá-lhe mulherada (e homens também) nas ruas com a peça! Eu achei extremamente prático, fresquinho pra esse calor arretado desse Rio de Janeiro e até composto. Não sei se é por conta do meu passado como atleta de natação, mas eu estou acostumada a andar de roupa de banho, então sair assim não foi questão alguma pra mim!
Outra coisa que aprendi: eu tinha preguiça de usar gliter, mas descobri que é impossível passar imune a ele nesse período. Cada pessoa que eu esbarrava ou abraçava decalcava vários pelo meu corpo e rosto, rs! Resultado: acho que terei gliter pelo corpo até 2020.
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Maiô Sri Clothing
Cabeça La Ursa
Pochete Poch Me
Brincos Erika Z
Fui assim no Moita, Trombetas Cósmicas e Bagunça meu Coreto

Meu sábado foi mais preguiçoso, não tive tempo de caprichar no make, o calor derreteu tudo, mas deu pra brincar com maiô e essa blusa de tule que eu pretendo usar em outros períodos da vida, de tão linda e usual que ela é!
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Maiô Nina Paccaud
Blusa Pitô
Pochete Poch Me
Tênis mega velho que se destruiu no carnaval
Saí assim no Desculpe o transtorno e Brejeiros

Foi uma alegria também encontrar tanta gente querida e os amigos pelos blocos. A Mandy já se consagrou uma das musas dessa época com suas sugestões incríveis de make e cabeças, e eu já estou animada com o convite de criarmos um bloco só das nossas leitoras comigo de rainha da bateria HAHAHAHAHAH!

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Com a Mandy!

No mais, alguns registros do pré e carnaval com as amigas: teve Pérola da Guanabara, que é um cortejo pelas barcas pra Paquetá (mas um perrengue e uma multidão…), Bloco Secreto, Fogo e Paixão, Boi Tolo comigo de Dragoa…acho que eu poderia ter curtido mais, ainda faltam fotos com os outros amigos e amigos que fiz nessa época, mas a lembrança ta aqui, feliz por ter começado essa nova fase da minha vida cercada de tantos sorrisos. <3
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Divando em Paquetá no nosso Uber Aquático

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Renata e Denise, dupla linda que arrasou no meu editorial de carnaval

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Parte dos meus amigos que encontrei pelos blocos <3

Até ano que vem! <3

Carnaval: mais fantasias usando o que se tem no armário

Vocês acham que acabou? Nãooooo! A coisa aqui está só no esquenta dos tamborins!
Nessa segunda parte do editorial de carnaval eu trago mais algumas opções para quem, assim como eu, se sente ainda engatinhando nas ideias para as fantasias. Foi um super exercício de criatividade, aprendi horrores e já estou bem animada para incorporar mais e mais a personagem nas próximas festividades momescas!
Eu nunca dei muita bola pra isso, confesso; pegava as primeiras coisas que via e ia do jeito que dava. Mas aprendi que a construção do que se veste e das personas foliãs é parte fundamental para iniciar as brincadeiras. Elaborar a fantasia, inventar a partir do que se tem, improvisar, pensar nos detalhes e até dedicar um tempo a isso, torna tudo mais divertido e mais lúdico.
Bom, nesse meu editorial inaugural da folia, eu improvisei também a partir do que eu já tinha. Foi um super aprendizado fazer essas fotos, eu me diverti um tantão e quero no ano que vem cair de boca mais e mais nessa delícia que é brincar de sair da sua pele e do seu lugar comum por alguns dias na vida!
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Essa foi puro improviso, pra aproveitar mesmo a sessão de fotos, hahaha! E não é que gostei de incorporar esse ser meio sci fi, meio pavão misterioso, com um perfume Ney Matogrosso, algo futurista e, olha eu entregando a idade, meio Formiga Atômica, a personagem biônica? hahahaha!
O bolero de paetês nada mais é que um top curtinho que eu tenho; coloquei os braços nas mangas e pronto, virou uma mini capinha! Aliás, ano que vem eu quero ter uma capa só pra mim, anotem aí!
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Maiô esqueci de onde
Tênis super antigo New Order
Cabeça e blusa La Ursa
Brincos Erika Z
Fotos: Denise Ricardo
Beleza: Renata Freire
Produção de moda: Philippe Rudnick e Ana Soares

Esse já tá bem mais comportado, hehe! Mas não serve muito pra bloquinho, só se você catar um vestido mais curto e trocar a anabela por um tênis, mas eu gosto dessa alusão ao The Great Gatsby, uma coisa anos 1920, retrô total. O vestido e o sapato moram no meu armário e eu só providenciei a cabeça paetizada. 🙂
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Vestido Leeloo
Espadrille Maria Filó
Cabeça La Ursa
Brincos Erika Z
Fotos: Denise Ricardo
Beleza: Renata Freire
Produção de moda: Philippe Rudnick e Ana Soares

E olha o bloco dos hipsters! Hahahaha! Essa é super mega simples: um maiô (que pode ter um short por baixo) com uma camisa largona por cima, aberta mesmo, presa apenas pela pochete. Aliás, dá-lhe pochete nesses blocos, guardando direitinho nossas coisas e deixando as mãos livres para balançar!
Reparem que tudo tem uma pegada geométrica nesse, cartela de cores da maquiagem seguindo as cores das estampas e pronto!
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Maiô Thaissa Becho
Camisa Bolovo
Pochete Poch me
Papete Cowboy de areia
Brincos Erika Z
Fotos: Denise Ricardo
Beleza: Renata Freire
Produção de moda: Philippe Rudnick e Ana Soares

E para finalizar, uma outra bem simples de reproduzir com o que se tem! Maiô ou body listrado, pano ou canga amarrado na cintura como pareô, um leque bem esvoaçante e adorno na cabeça. A brincadeira fica por conta da alusão a Baco, o deus do vinho, nessa cabeça super dionísica!
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Cabeça executada pelo querido Jorge Henrique
Maiô antigo Blue ManEspadrille Maria Filó
Fotos: Denise Ricardo
Beleza: Renata Freire
Produção de moda: Philippe Rudnick e Ana Soares

Vocês se divertiram junto? Espero que tenham curtido muito essa brincadeira colorida de looks do dia completamente diferentes do que apresento há tempos aqui no blog, hahaha!
Eu amei experimentar algo novo pra cá – e que é novo na minha vida, também! Celebremos muito, de coração leve e riso solto!
Vejo vocês na quarta de cinzas! Beijos! 🙂
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Coroa Philippe Rudnick

Ep 3 do podcast Moda Pé No Chão: Moda plus size!

Eu tô que é só alegria com a repercussão dos podcasts! Foram tantos que eu nem tive tempo pra preparar uma arte com todas as mensagens, fotos e feedbacks de vocês sobre o episódio sobre fibras têxteis. Que sucesso! Que bom que gostaram e que foi tão bacana assim pra vocês! 🙂
O Moda pé no chão é precursor dos podcasts de moda no Brasil com ideia de ser um guia prático e incitar discussões sobre vários temas relacionados a ela. Isso é elevar o conteúdo a um outro nível, trazer mais e mais pessoas pra perto, contribuindo e muito para um novo cenário de moda e consumo.

Você pode ouvir os podcasts em qualquer app e agregador de podcast: SoundCloud, OverCast, Itunes, Wecast – e estamos já registrando pra estar no Spotify e Deezer em breve! 🙂

Nesse terceiro episódio falando sobre moda plus size e os rumos desse segmento, vitórias e obstáculos que envolvem o vestir das mulheres gordas. Eu converso com a Mariana Rodrigues, jornalista, blogueira do Aquela Mari e minha colaboradora sobre o assunto, com muitas críticas, sincerões, dicas para quem tem dificuldade de se encontrar no vestir por conta dos tamanhos vigentes no mercado, o cenário da moda plus size, marcas voltadas para tamanhos maiores e gordofobia.

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Mari e eu gravando o podcast

Temos a participação especialíssima da jornalista e militante Flávia Durante, que conta a sua trajetória como empreendedora ao criar o primeiro e maior bazar plus size do país, o Pop Plus, em São Paulo. Ela transformou o mercado de moda plus size do país e é um orgulho tê-la como convidada!
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Que honra ter essas mulheres comigo nesse episódio! E se engana quem acha que só (abre aspas aí!) estamos falando pras gordas: o papo é com todo mundo, sobre moda inclusiva e acessível para mais e mais mulheres!

Ouça os outros episódios:

Ep 1 – Conheça suas cores!
Ep 2 – Tudo sobre fibras têxteis e tecidos

Carnaval: entrando na fantasia

Ainda tenho muitas fotos pra mostrar aqui, tudo usando o que tenho no armário. Mas estava sentindo falta de mergulhar de cabeça na brincadeira.
Estava reticente, admito. Ah, vamos fazer uma maquiagem básica mesmo, vamos manter a zona de conforto…
Fui encorajada. Fui tomando gosto. Quer saber? Se é pra brincar, vambora se jogar de vez?
Deu um treco, levantei e corri pra incorporar essa dragoa gótica – e o mais lindo é que toda a equipe que faz esse blog entrou também nessa loucurinha. Customizaram meu maiô véio de guerra com um cardigan de lurex que estava sem uso e que virou franjas carnavalescas. Um rabo – e que rabo! – para balançar muito por aí. Uma maquiagem cheia de escamas que me fez a própria cospe-fogo.
Como é bom experimentar sair da sua própria pele. Botar um pezinho fora da sua zona de conforto e ver que nenhum bicho morde, que você só está se permitindo e, um passinho de cada vez, se descobrindo. Coisa boa, viu?
E pronto: ta aí a minha fantasia preferida desse editorial. 🙂
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Rabo Fécula
Maiô antigo customizado por Philippe Rudnick
Tênis mega antigo New Order
Brincos Erika Z
Fotos: Denise Ricardo
Beleza: Renata Freire
Produção de moda: Philippe Rudnick e Ana Soares

Como eu me diverti! Como eu me senti poderosa! Apliquei em mim o que eu prego sempre aqui e com minhas clientes: vamos experimentar, ir testando, melhorando a cada vez, se entendendo e se permitindo evoluir nesse processo.
Ainda teremos mais fotos e fantasias, mas essa…essa mora no meu coração. <3