Eu chamo de tecido ou fibra?

Toda vez que comento sobre a importância de lermos as etiquetas internas das roupas para saber principalmente a composição delas, é muito comum confundirem a composição com tecido.

Ninguém precisa saber tudo, claro, né, mas isso dá margem a algumas dúvidas e equívocos, como já recebi mensagem de gente denunciando loja que vende roupa de “linho de poliéster”(!!!) como se linho fosse o tecido e aí linho sendo de poliéster seria uma coisa boa, OI? hahahaha, sim, doideiras sem sentido algum pra enganar o consumidor. Ou muita dúvida mesmo de leitoras, sem saber se quando está escrito “cetim”, se é uma coisa boa ou ruim, sendo que cetim é o tipo de tecido e ele pode ter composição de fibras diferentes, como seda (natural) e sintética (poliéster).

Fibra é uma coisa, tecido é outra!

Fibra têxtil é a matéria-prima a partir da qual os tecidos têxteis são fabricados.

As fibras podem ser naturais (de origem animal ou vegetal, como lã, linho, seda, algodão), artificiais (feitas em laboratório a partir de polpas celulósicas, como viscose e acetato) ou sintéticas (feitas a partir do petróleo, como poliéster, nylon, poliamida, etc).

fibra de algodão – matéria prima de origem vegetal
fibra de poliéster, matéria-prima de origem química
fibra de seda (casulos do bicho da seda), matéria prima de origem animal

O que é um tecido, então?

As fibras são transformadas em fios pelo processo de fiação, e os fios, por sua vez, diferem entre si e dependem do comprimento das fibras, que podem ser longas ou contínuas, como os filamentos de poliéster, poliamida e etc, como as fibras da seda, ou mais curtas, como as fibras do algodão ou lã. As fibras são transformadas em fios por processos físicos, através do filatório, e, assim, os fios são transformados em tecidos.

Os tecidos planos possuem estrutura resultante de sucessivos entrelaçamentos de dois fios, um do urdume e outro na trama, que cruzam e formam um ângulo reto. (foto acima do maquinário de tecido plano)

As malhas são produzidas em teares circulares, obtidos por meio do entrelaçamento de um fio com ele próprio, em um processo idêntico ao tricô. (foto abaixo do maquinário de malharia)

O modo de tecer os fios determina a estrutura básica de um tecido, ou seja, seu padrão, e a tecelagem pode ser feita de inúmeras maneiras, sendo três os ligamentos básicos de cruzamentos dos fios da trama: ligamento tafetá, ligamento sarja e ligamento cetim.

Existem tipos diversos de tecidos, que diferem em composição, textura, trama, e eles podem ser de composições diversas. O mesmo tipo de tecido pode ser feito a partir de diferentes tipos de fibras. Por exemplo: cetim é o tipo de tecido, ou melhor, uma das formas de fazer tecelagem, e ele pode ser composto de fios de fibras naturais, como seda, ou de fibras sintéticas, como poliéster.

Sendo assim, pode ter cetim de seda ou cetim de poliéster, o que também influencia nos valores (seda é mais valiosa que poliéster) e qualidade (seda tem um toque melhor, não esquenta tanto quanto poliéster), fora outros fatores, como o toque, que pode ser mais confortável ou mais áspero.

Cetim é o tecido, e sua composição pode ser seda ou poliéster
Tecido de linho

Os tecidos também podem ser feitos com composição mista, mesclando dois tipos diferentes de fibras, ou do mesmo grupo. Tudo vai depender do toque que se quer dar, do tipo de tingimento (natural ou artificial), do uso (se precisa ser resistente ao calor, como no uniforme dos bombeiros). Se eu vou passar o dia sentada, posso escolher uma roupa que tenha maior quantidade de fibra natural, como algodão, para me dar conforto térmico e no toque, mas ele podem ter um percentual mínimo de elastano (fibra sintética) na sua composição para dar maleabilidade à peça e menos amarrotamento. É muito comum, por exemplo, vermos peças mistas de linho e viscose (55% linho e 45% viscose), o que confere um valor mais em conta (linho é bem mais caro quando 100%) e também o tingimento (a viscose permite outras formas de tingimento, coisa que não conseguimos com o linho puro).

Mas nem todo tecido com mesmo nome e fibra são iguais!

As fibras têm características que as diferenciam e a partir delas são selecionadas para a produção dos tecidos, como a hidrofobilidade (capacidade de absoerver ou repelir a água), resistência (característica de certas fibras voltarem ao estado natural depois de serem amarrotadas), o toque (conforto em contato com a pele), finura (seu diâmetro ou espessura, mais fina ou grossa), e comportamento diante de produtos químicos.

Por isso temos também diversos tipos de tecido, de maior qualidade ou menor qualidade, valores diversos, toques e cores variados.

Bibliografia consultada: Tecidos – história, tramas, tipos e usos. Dinah Bueno Pezzolo, editora Senac; Guia prático dos tecidos. Maria Helena Daniel, editora Novo Século.

Improvisamos um closet!

Quem acompanhou em dezembro a minha saga da mudança de apartamento por causa do mofo, viu que me mudei pra um apê menor, sem espaço nos quartos para a quantidade de móveis que guardavam roupas, sapatos e acessórios. Tive que me desfazer de muita coisa e, mais recentemente, tirei mais ainda para doar e vender no enjoei.

Como os quartos desse apto são muito pequenos, não caberia armário. Aqui tem um quartinho pequeno que decidimos transformar em closet – ou melhor, quarto de vestir no bom português!

Mas com a grana curta não deu pra fazer nada além de comprar aramados. Armários saíriam caros, sob medida nem pensar para quem mora de aluguel. Então olhamos na Leroy Merlin e Mercado Livre, medimos o epaço, Igor calculou o que caberia e compramos. Tudo deu por volta de 700 reais. O tapete já era meu.

Só que aqui também começou a aparecer mofo. Esfriou, o sol se mandou, moramos agora de frente pra baía, e é maresia na cara. Como solução, comprei um desumidificador potente, o mais caro da categoria, porque não queríamos correr o risco de adoecer novamente. Ainda estamos testando, depois eu conto aqui minhas impressões.

As prateleiras dos sapatos são madeira pinus, tratamos elas com uma mistura de cera de abelha e óleo mineral. Também foram baratinhas, mas não lembro o valor.

Foi uma solução simples, prática e a mais em conta por causa da nossa situação pandêmica e com uma neném pequena. Eu sei que está longe de parecer um closet do Pinterest, mas infelizmente a vida real é bem diferente das inspirações. Depois que pensei que poderíamos ter comprado os aramados na cor branca, mas agora já foi.

Ainda tem muita coisa pra fazer:

– terminar de limpar os sapatos (sim, deu mofo de novo neles e perdi alguns nessa) – e descubro que eu tinha ainda muito, não consigo me desfazer mas sei que já já os perderei por não usar mais

– estou pensando em comprar os gaveteiros que vendem para encaixar nos aramados, para guardar as malhas que ficaram de fora e que uso muito, muito. Elas estão ali em cima da mala, mas só vou poder fazer isso quando tiver certeza que não tem como fazer uma nova limpa e tirar mais itens

– chegaram hoje os sacos à vácuo que muitas leitoras recomendaram. Vou poder colocar roupas de inverno neles (a esperança de voltar a viajar um dia, ela existe) e os edredons, pra ganhar espaço porque a parte de cima ficou meio zoneada. E disseram que tirar o vácuo diminui a chance do mofo.

– eu tirei mais uma leva ENORME de roupas, já contei, né? Fiz isso mês passado, mas ainda preciso tirar mais, porque não vai caber tudo e não quero comprar cabides à toa. Ainda tenho apego a algumas coisas, então quero provar e ver o que realmente vai ser bem dificil eu voltar a caber.

– já tem uma persiana para evitar que o sol queime e a porta vive fechada para evitar também que empoeirem muito

– falta também prender o espelho (na parede atrás da porta) e comprar um trilho de luz bonito e que ajude a iluminar mais e deixar mais aconchegante.

Ah! Meus acessórios ficaram dentro de um espelho/armário que comprei de segunda mão e fica pendurado no meu quarto. E também tirei muita muita coisa!

Pontos positivos

Não vai ter como fazer bagunça, haha! Não tem gaveta pra enfiar nada, não tem como acumular, nem deixar algo mal pendurado (tem uma calça ali mal posicionada que vi agora e deu agonia), porque visualmente vai ficar um ruído, não tem como não olhar tudo isso e pensar “cacete, ainda tem muita coisa! E eu tinha 3X a quantidade que está aí!!”.

É mais fácil visualizar o que se tem e acessar. Estou achando muito legal ter um quarto de vestir, realizei um sonho sem querer, hahaha! Só que ao invés de achar que eu teria muita coisa para preencher esse quarto, agora eu quero é ter cada vez menos.

Sobre os sapatos estragados, vou tentar consertá-los para doar. Já tiramos o mofo, mas deram uma zoada por causa da umidade alta e da falta de uso. Também tirei MUITA bolsa, e ainda penso em tirar mais (tenho algumas pequenas de mão).

É isso, gente. Quem quiser perguntar algo ou dar alguma dica, fica à vontade!

Agora temos Web Stories!

Finalmente as blogueiras voltaram a ser valorizadas, gente! Blogueiras que tem blog, quero dizer. Com a outra rede social roubando completamente nossa audiência, os blogs ficaram esquecidos, mesmo com acessos e outras tantas vantagens, como buscas no Google.

Aliás, eu falei Google? Pois foi ele mesmo quem recrutou um time de bloggers para trabalharem no projeto que está difundindo a nova ferramenta deles aqui no Brasil, o Google Web Stories!

Eu e mais uma galera estamos levando nosso conteúdo pra essas telas dinâmicas aí em cima, que podem ter som e vídeo, links e dicas rápidas e boas para facilitar a leitura. Eles não somem em 24h, podem ser encontrados na busca do Google, e ainda estão conversando sobre como monetizar também a partir dos web stories.

O projeto dura 5 meses, mas dependendo teremos por muito tempo conteúdos nesse formato por aqui! Vejam e digam o que acharam? 🙂

Marca recebe roupas íntimas usadas para reciclagem

Eu fiz o post do guia das melhores calcinhas de algodão, e hoje resolvi entrar nelas quando me deparei com esse projeto da marca Leninha Roupa de Baixo, que recebe calcinhas, cuecas e sutiãs em qualquer estado para que possam encaminhar a iniciativas sociais que transformem esse lixo têxtil, que não tem solução efetiva, em enchimento de itens de decoração, como almofadas.

Há anos eu escrevi sobre o que fazer com peças de baixo usadas e listei algumas iniciativas, mas ver uma marca de lingerie efetivamente providenciar a solução, é a primeira vez. Estou encantada! Achei o projeto tão sensacional que não editei, trouxe ele completo pra cá. Compartilhem essa informação!

“As primeiras produções da Leninha foram cortadas e costuradas pelos dois sócios fundadores da marca, Maria Antonia e Miguel. Desde aquele primeiro momento, a discussão sobre o que aconteceria com aquelas peças que estavam sendo produzidas, ao final de sua vida útil, esteve presente. O incômodo de colocar mais peças no mundo sem que existisse uma solução para as peças que ja existiam nos acompanha desde os primeiros dias da marca. Ao longo dos dois anos seguintes, continuamos pesquisando, fazendo ligações e buscando projetos que pudessem solucionar a falta de encaminhamento desses descartes.

Nossa ideia inicial, era sermos um ponto de coleta para essas peças sem destino e encaminhar esses descartes para algum parceiro responsável por essa reciclagem. A surpresa foi grande quando não achamos nenhuma iniciativa que se ocupasse em solucionar esse problema. No dia em que o Miguel ligou na Secretaria do Meio Ambiente da cidade de São Paulo e nos foi sugerido que incinerássemos ou jogássemos no lixo essas peças, ficou claro que deveríamos criar uma solução para o descarte de roupas íntimas.

Quando jogamos peças de roupa fora, a grande maioria vai parar em aterros sanitários e lixões, que são uma das maiores fontes de emissão de metano do mundo. Só em 2015, 100 bilhões de peças de roupas foram produzidas em todo planeta e 70% dessas foram para o aterro ou incineração ao final de sua vida útil. Nesse mesmo ano de 2015, 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados em todo o mundo pela indústria da moda. Só em São Paulo, são gerados cerca de 63 toneladas de resíduos têxteis todos os dias. 

O que impossibilita a reciclagem de roupas de baixo é que, em sua maioria, são peças pequenas, delicadas e geralmente feitas a partir da mistura de mais de um tecido (como algodão e elastano, por exemplo). Outro ponto é que pelo fato das peças serem muito delicadas, se desmancham durante o processo de beneficiamento do tecido. A mistura de materiais é outro ponto que invibializa esse processo. Dessa forma, é impossível fazer com que uma calcinha ou um sutiã volte a ser um tecido para novas produções. 

A maioria das iniciativas de reciclagem de roupas íntimas que existe no mundo, vendem as calcinhas, cuecas e sutiãs usados para outras indústrias. Assim,  esses descartes são usados como matéria prima em revestimentos de carros ou em forro para carpetes. Muitas outras iniciativas focam na doação dessas peças. No entanto, essa ação continua sem solucionar o problema dessas peças ao final de sua vida útil. Depois de muito pesquisar, não encontramos nenhuma iniciativa de reciclagem de roupas que se responsabilizasse por todo o ciclo desse descarte, do começo ao fim.

Ao constatar isso, decidimos que seríamos responsáveis por esses descartes do começo ao fim e que, assim, mitigaríamos os impactos da nossa operação. A premissa do nosso projeto “reciclar para reinventar” é que agregamos valor ao que antes seria lixo e fomentamos pequenos núcleos econômicos. Dessa forma, os descartes ganham novas trajetórias e carregam as narrativas das pessoas envolvidas nos processos de produção.

Uma discussão importante é sobre a quantidade de iniciativas que existem pelo mundo que, na realidade, estão promovendo uma subclagem, que seria transformar materiais antes recicláveis em outro não reciclável. Um exemplo bastante presente no universo da moda é o tecido de algodão PET. O algodão é um material biodegradável e reciclável e o PET é um dos poucos plásticos com uma reciclagem efetiva. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET – Abipet, a reciclagem de garrafas PET no Brasil é uma das mais avançadas do mundo. Para compor o fio desse novo tecido, o algodão é misturado ao plástico, tornando-se um híbrido que não pode ser reciclado nem biodegradado. Com isso em mente, estruturamos nosso projeto de forma a ter certeza que estaríamos causando impactos positivos com ele.

Nosso projeto consiste em transformar calcinhas, cuecas e sutiãs que não tinham destino em novos produtos que transmitem histórias e que terão um longo tempo de vida útil, sempre agregando valor ao que antes seria lixo. Além disso, seremos ponto de coleta de roupas de baixo em qualquer estado de conservação enquanto existirmos.  A reciclagem faz parte do nosso negócio. Todo o lucro obtido com as vendas desses produtos será reinvestido no projeto. Assim poderemos, em um futuro próximo, oferecer frete por nossa conta para receber os descartes de vocês, por exemplo.

Lançamos nosso projeto em maio de 2019 e, desde então, recebemos descarte de todo o Brasil.

O primeiro produto que desenvolvemos é uma pequena almofada que tem como recheio os descartes higienizados e picotados. Cada almofada carrega, em média, 35 peças. Essa almofada é costurada pelo coletivo Flor de Cabruêra, que trabalha com a reutilização de materiais por meio do upcycling. O coletivo fica na zona leste e a oficina é composta em sua maioria por mães. Dessa forma, seus horários de trabalho acompanham os horários das escolas, com pausa para buscarem seus filhos.

Ficamos muito satisfeito quando recebemos o primeiro protótipo: o resultado é uma almofada mais pesada, que lembra um futon. Decidimos que as almofadas deveriam carregar bordados. Parte importante da cultura do fazer manual nacional, o bordado possui dezenas de características e identidades por todo país. Foi assim que conhecemos o projeto Maria Maria dentro da ACTC – Casa do Coração. A Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente Cardíacos e aos Transplantados do Coração, é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atende crianças e adolescentes portadores de doenças cardíacas graves, acompanhados de suas mães/acompanhantes, vindos de todo o Brasil e de países vizinhos, para tratamento nos principais centros médicos que atendam alta complexidade. Todos recebem a assistência que necessitam durante o tempo em que permanecem em São Paulo para realização de cirurgias e nos retornos periódicos para exames, consultas e reavaliação médica.

O projeto Maria Maria, dentro da ACTC, busca aproximar as mães que acompanham seus filhos, dos fazeres manuais por meio de atividades pedagógicas e interações em grupo. Os bordados que nascem a partir do projeto são vendidos e ajudam as mães durante o período que estão em São Paulo acompanhando os filhos em tratamento. 

Depois de muitas conversas, idas à associação (pré-pandemia), chegamos a um consenso junto às mães do que seriam os bordados das almofadas: um tema livre, que viesse do momento e da situação de cada uma. Para isso, fizemos uma oficina de criatividade com uma convidada da Leninha, a artista plástica Marina Vitolo, que propôs às mães a elaboração de um casulo em argila e uma conversa sobre o signficado desse casulo para cada uma. O resultado é lindo, potente e emocionante. As almofadas devem estar à venda na loja da Leninha a partir do começo de 2021.”

Um desejo secreto: meu vestido de casamento

Eu estou no segundo ajuntamento, quer dizer, nunca casei, mas já morei junto duas vezes. A primeira vez foram dez anos, e agora são três anos de relacionamento. Sempre tive pena de gastar dinheiro com festas, mesmo com tantos relatos maravilhosos de serem os melhores dias da vida, de diversão, etc etc, o escorpião que mora no meu bolso se ressente desse tipo de evento.

Mas aí veio a pandemia, né, gente. E eu sei que muita gente tá tocando a vida normal, mas por aqui estamos há um ano e meio quase em isolamento. E por conta disso eu tenho repensado tanta coisa, mas tanta.

Às vezes eu penso como seria o meu vestido se por acaso eu casasse, não em igreja, mas numa cerimônia simples, para poucas pessoas, marcada por roda de samba e mesa de bar. Aliás, lembrei que já teve uma cerimônia de casamento no bar que eu frequentava, lá perto de casa, e eu achei sensacional:

foto de Bruno Rodrigues

Bom, mesmo num evento informal, eu teria vontade de uma montação, de um vestido elaborado, coisa fina – mesmo que eu nutra também o não-desejo em pagar milhares de reais numa roupa, não mesmo –, e eu fico, assim, imaginando como seria. Se seria um vestido minimalista, só com um corte maravilhoso, se seria algo trabalhado no brilho, se teria rendas e camadas, ou então plumas.

Enquanto tiver pandemia eu não tenho desejo de festejar, porque não consigo ver um momento tão feliz pra mim agora, quando tiver restrições. Nem sei se um dia eu casarei assim, mas gosto de tentar imaginar supostos vestidos, ainda mais agora com esse espetáculo de grisalho que eu tenho e também Nina, que estará comigo <3

Separei alguns vestidos que eu amo, de noivas que achei lindas, e faria o mesmo adorno inclusive.

A maquiadora Vanessa Rozan casou em 2017 com esse vestido de perfume vintage escandalosamente lindo. Acho tudo na medida, elegante, classudo e adoro principalmente o fato que ela não usou nada na cabeça.

A roteirista Renata Corrêa celebrou sua união nesse sonho de vestido com paetês prateados, com a Urca como cenário, e as comemorações se estenderam até um bloco de carnaval, que realizou de novo o casamento deles. Nossa, é sobre isso, sabe, gente <3 Que sensacional.

A designer de acessórios Bianca Caravellos casou nesse look noiva deslumbrante. Sério, eu acho tudo nesse look a coisa mais maravilhosa do universo.

Acabou que não separei nenhum vestido minimalista para mostrar hahaha! Acho que tenho pensado em algo mais elaborado mesmo, não sei. Enquanto esse sonho inédito no mundo dos meus desejos não se realiza, gostaria de saber de vcs, que ainda acompanham este blog lindo e querido, ahaha, como foi o vestido de vocês e se indicam algum que seja a minha cara!

Vocês gastaram muito no vestido ou foi um achado, tipo de loja normal, sem ser de noiva? Me contemmmmm

Comprando roupa antiga!

Esse macacão é um desejo antigo q consegui comprar, coisa de uma década, cravado. Pois então, eu tenho uma fixação em certas peças do passado que eu não pude comprar por motivos de pouca grana mesmo, começo de carreira, restrições na vida etc. Mas aqui no blog eu já acompanhava muita coisa, principalmente coleções especiais que as fast fashions lançavam, em colabs com marcas e estilistas. E foi em 2011 que eu (e as outras 10 blogueiras que tinham aqui no RJ, rs) fui chamada pra um evento pequeno para mostrar a coleção inédita no Brasil, de uma estilista estrangeira – no caso, Stella McCartney – com a cea. Só que não ganhamos nada, fuen, hahaha! O post foi esse aqui, só pudemos soltar as informações dias depois!

Até hoje eu nunca vi uma coleção tão bonita, atemporal, bem executada e só com tecidos finos, em fibras naturais, como seda e lã. Era tudo lindo, mas caríssimo pra mim, e no bairro que eu morava a loja ficou lotada das peças pq ninguém entendeu nada daqueles trem caro hahahahaha (zona norte carioca, eu te amo). Eu achei inclusive o folder com as peças, de tão lindo que achei inclusive o material de divulgação.

Bom, há alguns anos eu desenvolvi uma fixação por garimpar desejos antigos daquela ana em sites de vendas de usados. Se vc me perguntar, não sei a trend do momento, nem o q está em alta. Nem me importo. Mas eu lembro perfeitamente de cada uma das peças que eu já desejei. Não estou comprando nada nesse último ano, só coisas da casa, basicamente, mas bato ponto nas buscas, e quando eu avistei no enjoei esse macacão de seda que foi ÍCONE de desejo absoluto dessa coleção, que voou das araras, coisa que eu nunca achei em uma década de garimpos online, arrematei.

E eu acho que ele veio na melhor hora, no momento em que meu cabelo ornou melhor com essa formosura. A Ana de 2011 ficou feliz. 🙂

A nova Ana

Esse look fez muito sucesso no Instagram, em que eu brinco que fiz minha versão Cruella de Vil. Nunca recebi tanto engajamento em uma foto de look (o cabelo foi o mais elogiado, aliás).

Eu decidi repaginar todo meu estilo a partir do momento que desapeguei de tantas e tantas roupas recentemente. Roupas que eu guardava para eventos, roupas que tinham destino apenas para editoriais pro Instagram e blog, roupas que eu usava para ilustrar ideias sobre cores e vestir. Roupas que até gostava, mas definitivamente não me representam mais. É realmente impressionante como o puerpério da uma sacudida violenta na gente, nos tira do eixo para que a gente ache que estamos nos desencontrando de nós mesmas…mas na verdade ele descortina tudo que não era essencial para elucidar o que importa.

E foi assim que anos e anos de peças garimpadas e conquistadas se foram. Sabem, as vezes eu fico triste, com saudade de ter um armário grande, mas agora nem armário mais eu tenho, rs, é isso também me trouxe alívio. Alívio porque era muita roupa para agradar os outros e eu não enxergava isso. Roupa garimpada de marcas muito bacanas, mas mais no calor da emoção, naquela busca de algo elegante etc. Fez parte, mas não sou mais a mesma de quando comecei o blog, obviamente tem uma década aí de intervalo.

E é com muito orgulho que eu digo que essa nova versão da Ana Soares me deixa mais em paz com quem eu sou, mais animada inclusive. Até com meu cabelo, que me mantinha convicta na ideia do curtinho, mas com algum incômodo, confesso, e eu não sabia pq! Antes o cabelo era conceito, agora ele é reflexo natural de quem eu sou, é isso se sobrepõe ao conceito.
Eu sempre gostei de fazer postagens prestando serviços sobre estilo, cores e custo x beneficio, agora sem ler quase nada sobre nem chegar perto de uma loja há tanto tempo, não que eu não vá mais falar sobre, mas me trouxe mais proximidade ao que eu queria experimentar e vestir sem interferências externas, haha, sem me influenciar por vitrines ou medo do engajamento do Instagram.
Não que eu não seguisse meu estilo antes, mas como se eu estivesse mais segura ainda de mim e não precisasse de tanto para mostrar meu conhecimento e quem eu sempre quis ser e, melhor, sem gastar nem 1/5 do que eu gastava antes em busca disso. 🙁

Enfim, nem sei se está papinho hahahaha, mas achei bacana deixar isso escrito e registrado aqui, pq é um processo que se molda ao tempo e às necessidades, e eu passei por isso no plano pessoal. Ter a Nina quebrou muitos e muitos conceitos e ideias que eu tinha certeza e me deu a oportunidade de rever com muita leveza.

Festa de um ano da Nina: sem gastar com roupas

Nina fez um ano e eu nem acredito que sequer escrevi sobre o parto dela aqui no blog, hahah, ai instagram…você roubou mesmo minha audiência e até meus registros que viriam primeiro pra cá! Aguentem aí que escreverei sobre essa experiência surreal hahaha

Bom, Ninoca aniversariou e eu tenho um orgulho danado de estar firme e forte nas minhas convicções. Nunca usou sapato, tem pouquíssimas roupas – sempre tivemos parceria também com guarda roupa compatilhado de nenéns –, nunca coloquei um laço de fita nela (não acho necessário, assim como brincos, marcadores de gênero)…e no aniversário dela, usou uma roupinha desse esquema circular para bebês, não gastamos com nada novo!

Até a festinha foi do jeito que eu sempre quis, em casa, com enfeites simples mas que retratassem o mundinho dela, o mundo do tamanho de uma volta no quarteirão, com todos os personagens da vizinhança que ela adora: os papagaios que vêm de manhã e tarde falar com ela, os cachorros esbaforidos do vizinho da rua de baixo, os pássaros, os gatos que fazem maior arruaça, ahaha, os peixes do laguinho da casa da outra rua…todos do mundo da Nina, esse universo tão cheio de sentimentos. <3

Nina estava com roupa de economia circular e eu também passei essa comemoração a três, só nós, com um vestido que era da minha amiga. Quando ela me ofereceu, eu confesso que aceitei mais pela marca – da finada maria bonita extra –, porque ele não era meu estilo, muito romântico, saia rodada, cor pastel.

Ahahaha, só aqui no blog que eu subo essa foto, descalça, com tapete guardado debaixo do sofá, ahahah, mas no dia não tirei foto bonitinha com o vestido, uma pena.

Bom, voltando à história, minha amiga ofereceu esse vestido que não servia mais nela, eu aceitei. Eu não animei na hora, estava meio larguinho em mim, depois achei que não rolava, até separei para enviar pro enjoei.

Maaasssss, ganhei um corpinho nessa maternidade, fui olhar minhas coisas outro dia, vi o quanto ele era bem executado, resolvi provar….e ele serviu super bem. O caimento é maravilhoso, a saia tem um balanço incrível, eu preciso fotografar melhor para vocês verem! Impecável, e eu acho também que meu cabelo tem contribuído para suavizar tudo, então achei que ele ficou ótimo com esse novo visual!

Resgatei os brincos que eram da minha avó, antigos pra caramba, e foi assim que comemoramos um dia tão especial. Cansados por estarmos isolados e sozinhos há um ano, a casa cheia de coisa pra fazer numa recém mudança, mas felizes por estarmos cuidando desse serumaninho incrível que é a Nina!

Fiquei feliz por não precisar comprar vestido, gastar com isso, nem com nada pra Nina. Porque isso não importa, não mesmo. Foi lindo ter um novo olhar pro que eu já tinha. Foi lindo vestir memórias, uma roupa de uma amiga tão querida, quando momentos assim sempre remetem ao consumo, nós conseguimos mostrar o valor de sermos quem somos, sempre.

A armadilha do desapegar para comprar

Estava conversando com uma leitora do blog e ela comentou que ela é uma pessoa desapegada. Não tem pena de doar e vender roupas que ela não quer mais, não se arrepende depois, não titubeia nem na hora de tirar dos cabides. Mas, apesar de se considerar desapegada por conta disso, ela observou que o vazio do armário a convida para comprar mais e preenchê-lo. Então ela desapega, mas compra em seguida para repor o que se foi.

Acho que uma das “regras” da nova forma de trabalhar com consultoria de estilo que eu não considero mais é a do “entrou um? saiu outro”. A conta não fecha se a grande questão da pessoa é ter demais, peças repetidas, além de perceber que isso não deveria ser a única opção para justificar a saída de uma peça que não acrescenta em mais nada no estilo dela. E o armário continuará abarrotado se for assim – e tudo bem, se você quiser assim, de verdade! Se isso não te incomodar nem atrapalhar, mas estejamos atentas ao que estamos conformadas, usando como bengala, ou atendendo aos ensejos de um sistema que nos leva a consumir e acumular.

Minha mãe é assim, sempre foi extremamente prática com seus desapegos, armário enxuto. Peças incríveis, ela dava tchau sem dó. Mas logo em seguida ela dizia que precisava de uma calça preta nova porque não tinha sobrado nenhuma para ela vestir. Ora, se ela deu as calças pretas, que estavam sem uso, sem significado, pra que ela precisaria repor?

Às vezes são peças que nem gostamos tanto assim, mas compramos porque disseram que precisamos ter, só que não é simples encontrar uma que esteja alinhada com estilo, corpo, modelagem e qualidades boas. Muitas vezes compramos o que ficou mais ou menos para preencher essa “falta” que foi colocada pra gente, quando na verdade ela nem existe!

Ser desapegada é ótimo, o apego é a raiz do sofrimento, já profetizou Buda. Mas o apego está presente também em enxergar o suficiente como pouco. Não é sobre número de peças que temos, quantidade ideal de roupas, peças-chave, itens incríveis, nada disso: o que é suficiente pra você? O que te atende, facilita seu vestir, te deixa bem? Se for mais vestidos que calças, ótimo. Se em algum momento você perceber o contrário disso, ajustes podem ser feitos. Mas a partir da percepção do que seria legal acrescentar para atender uma demanda, e não somente guiada pela falsa necessidade que criaram para nós.

Cores para profissionais online: aprenda Análise Cromática!

Minha gente amada e querida que me acompanha há tantos anos neste espaço virtual, vamos lá! Hahaha! Tem um tempo que não atualizo aqui sobre os cursos, porque basicamente o instagram roubou essa função de divulgação. Mas nunca esquecerei que o primeiro workshop de cores que anunciei turma, morrendo de medo de não dar certo, esgotou as vagas em 24h. VINTE E QUATRO HORAS! Foi muita emoção!

Foram 3 anos de Conheça suas Cores – meu workshop de análise cromática, um projeto pioneiro –, até chegar a pandemia e levar o meu projeto amado de mim. Perdi as contas das edições, mas viajei do Norte ao Sul por conta própria, tentei chegar no máximo de lugares, e foram mais de 1.300 análises cromáticas! Mas com a pandemia, tive que parar as atividades dele, que era muita aglomeração do bem 🙁

Mas fiquei muito feliz que um curso meu consegui adaptar super bem pro online! O Cores para Profissionais, que é a minha formação em análise cromática sazonal expandida, para quem quer aprender o teste de cores, ganhou uma parte teórica MUITO caprichada, com muitos exemplos, estudos, passo a passo, material pronto para apresentar para suas clientes, painel cheio de referências no Pinterest, vídeos gravados para a eternidade (haha), indicação de materiais e grupo no Telegram para acompanhamento de todas as análises por 6 meses!

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PRÓXIMA TURMA ONLINE – 22, 23 e 29 de maio/2021

Curso teórico online de 12h no total (são os três dias!) em aulas ao vivo (gravadas para consulta vitalícia) para consultoras que já trabalhem na área mas querem reciclar seus conhecimentos e/ou ampliar o olhar, assim como ensinar a base teórica a aspirantes a profissão e profissionais de áreas afins. O Cores para Profissionais visa o aperfeiçoamento e treinamento de profissionais que já trabalhem ou não com análise cromática para aplicar em clientes.

PRÓXIMA TURMA ONLINE – SERÃO 3 DIAS NO TOTAL!

22, 23 e 29/05 (dois sábados e um domingo)
9h às 13h30 com dois intervalos de 15min

Entregarei todas as ferramentas necessárias e orientações de execução, mas por conta da pandemia a parte presencial fica inviabilizada em turmas. O meu comprometimento é de contribuir para que vocês se sintam o mais confiantes possível e possam tirar dúvidas sobre clientes e processos por seis meses por Telegram, mas também sempre que precisarem.

Cores para Profissionais se estende tanto a profissionais de moda, de consultoria de imagem, quanto a quem não trabalha com moda, a cabeleireiros, maquiadores, fotógrafos, e tiver interesse em aprender sobre o método de análise cromática sazonal expandida, teoria e, principalmente, parte prática, com todos os pulos do gato!

Não precisa ser formada em moda e nem conhecimento prévio do assunto. Não precisa ter o material de cores.

Aqui vocês tem toda a ementa do curso, mas basicamente entregarei um conteúdo completo sobre as 12 cartelas, contraste pessoal, dimensões, pele oliva, iluminação, como usar seu material, teoria das cores, estilo pessoal e suas características de acordo com as estações, precificação do serviço, como atender, e muito mais!

Inscrição e pagamento (promoção)

ATÉ 05 DE MAIO, VALOR PROMOCIONAL DE R$1.100,00 PARA PAGAMENTOS À VISTA OU CARTÃO (INCIDEM JUROS)

APÓS ESSA DATA:

PagSeguro: R$1350,00

Transferência/PIX: R$1215,00 (10% de desconto)

Pagamentos e informações neste link. Quem é de fora do Brasil basta escrever um email para curs[email protected] para pedir link do Paypal ou Transferwise