Encarando liquidações de uma forma diferente.

Período de liquidações. Em algumas lojas acabou de começar, em outras o que acabou mesmo foram as melhores peças de roupas. Época que a gente teoricamente se dá bem comprando aquele vestido-desejo pela metade do seu preço.

E aí vem aquele bombardeio de “APROVEITE”, você começa a ficar histérica com tanta coisa mais barata e vai com sua amiga na hora do almoço se degladear para ter uma pechincha que seja.

Eu fiquei pensando se deveria listar algo sobre as liquidações, se deveria fazer um “vale a pena”, um roteiro ou um guia de compras para essa época do ano. Afinal, é um blog de moda OFF e, assim como muitas de vocês, estou começando a construir meu estilo, a entender melhor meu guarda-roupa, a sacar o que fica bem em mim ou não. Mas acho bacana bater na tecla que sempre bato nessa época do ano: a de repensarmos nossas compras.

Certa vez eu gastei mil reais em liquidações (considere que eu não sou rica, ok? rs). Arrematei sapatos, calças, saias, blusas, casacos. Mas parecia não ser suficiente. Eu olhava meu armário e sempre faltava alguma pecinha…não tinha a bolsa modelo tal, a saia plissada cor-de-burro-quando-foge-da-temporada, não deu pra arrematar a jaqueta tem-que-ter. E aí é uma bola de neve, crescente, uma enxurrada de frustrações – quando deveriamos estar felizes.

Também teve época em que eu não pude gastar nada, nada mesmo. Estava montando uma casa sozinha, sem ajuda de ninguém e não tinha como comprar um grampo de cabelo. Eu estava feliz! Mas enquanto eu montava minha casa, uma avassaladora onda de novidades enchia as araras das lojas com mil coisas que deveríamos desejar, ter e usar.

Os blogs e sites de moda, por mais que nos inspirem a usar o que já temos, acabam gerando um desejo bizarro de compras, de também ter, de mandar fazer, de usar igual. É legal, mas não resolve o limite do nosso cartão de crédito. Não tira aquela frustração que vez ou outra consome a gente.

Eu mesma, que estava tranquilíssima com minhas roupinhas, me peguei comprando uma coisa ou outra. Precisar não precisava. Algumas coisas até preciso. Mas consigo pagar? Beleza, consigo. Vamos fazer as contas e pesar o que vale mais na vida da gente. Moda é uma paixão inexplicável, que pode nos deixar fisicamente lindas, mas um pouco doentes por dentro.

O que eu acho disso tudo: podemos encarar com alguma leveza, gente. Leveza ao admirar um look do dia, leveza ao constatar que não pode gastar naquele mês, leveza para entender que não dá pra acompanhar todas as novidades desse mundão. O movimento tem que ser inverso: olharmos nossos armários para aí sim olhar as vitrines.
E assim a gente segue pelas vitrines, seguras, certas das nossas escolhas e com nossas prioridades mais ou menos encaminhadas. Não se pode ter tudo, mas podemos encarar tudo de uma forma bem diferente.
Esse post é para minha amiga Fernanda, que está passando o que todas nós passamos todos os dias.

Já postei sobre recessionismo e compras também nos links abaixo:

O exercício de (tentar) ser feliz sem compras

O difícil exercício do desapego

Sobre a saga sem compras

Recessionismo Fashion

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