Eu venci o trauma de arrumar mala

Eu tenho viajado bastante esse ano – a maior parte a trabalho, ok, mas eu tenho um planeta aí em Capricórnio que me deixa super satisfeita com isso, hahaha! Fora a oportunidade de sair e conhecer outras cidades; eu não descanso, saio, vou conhecer os espaços, museus, restaurantes, a pessoa não sossega e volta com olheiras profundas, rs.
Voltando ao assunto inicial, com tantas viagens, a mala de mão tem morado ao lado da nossa cama, com alguns pertences dentro, aguardando o próximo destino. Semana retrasada, Sampa; essa agora, Brasília; a próxima, BH. Espaços diferentes, climas mais frescos que o RJ e outras dinâmicas de cidades, o que varia pra caramba o conteúdo da malinha.

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Não resisto aos azulejos de Athos Bulcão quando vou a Brasília

Eu não suporto arrumar mala – a minha, porque a dos outros eu faço feliz e contente. Tenho essa trava de pirar e me sentir limitada no destino final – e se eu mudar de humor, o que vestir? Tenho que levar todas as peças possíveis para não ser pega desprevenida com alguma mudança de planos ou climática? E se algo fizer falta?
Só de pensar na possibilidade de mudar de ideia (sou mega indecisa, juro) e não ter meu armário ao lado, eu fico tensa. Mas algo inédito tem acontecido. Após iniciar o coaching de organização, eu tenho me organizado e planejado melhor quanto às minhas viagens e isso implicava em arrumar e planejar também a mala, com antecedência, já que eu SEMPRE deixava para o último minuto, daí jogava todas as roupas pretas dentro, fechava de qualquer jeito e esperava chegar no destino final para começar a passar raiva.
Claro que nada conversava com nada, eu me irritava absurdamente e implicava numa ida ao shopping ou brechó para comprar algo que estivesse faltando nos looks (ou seja, um puta desperdício de tempo and dinheiro). Após detectar meu calcanhar de aquiles e o quanto aquilo me fazia mal, eu comecei a arrumar minhas malas com uma antecedência de deixar qualquer um de queixo caído. Se a viagem é na sexta, na segunda já deixo tudo dobrado e separadinho, com todos os looks montados.
Repito muitas vezes a fórmula que deu certo em algum look anterior, complemento apenas com alguma coisa ou outra, e pronto: mala leve, sem correria, e com looks que eu gostei pra caramba.
Semana passada eu me embananei de compromissos, recebi mensagens alertando do frio ártico que estava na capital federal, joguei sem tempo algumas roupas bem quentinhas na mala e, pronto: no destino final, fui surpreendida por temperaturas razoavelmente frias, o que não justificava a quantidade de lã que taquei pra dentro, haha.
Comecei a me sentir um pouco mal com os looks, MAS, surpreendentemente, outro fato inédito me acometeu: eu percebi que todos eles estavam bacanas, mesmo eles não sendo os meus favoritões.
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Quer dizer, improvisei um pouco também, pegando a jaqueta da Manuella, consultora que é minha assistente nos workshops, para colorir mais o look pra foto. Aí nesse caso eu vacilei, podia ter levado uma jaquetinha e não apenas um sobretudão de lã pesado, hahahaha!
Na real o look do domingo pós curso foi esse abaixo, fiz uma mistura de cores e fiquei feliz, principalmente porque foi uma mala sem nenhuma peça na cor preta! NENHUMA (ok, só a bolsa)! Outro fator importante foi viajar com peças que amo e que já usei em outros momentos, aquelas bem curingas e que vestem bem, como essa calça alfaiataria de lã que comprei numa coleção especial da C&A em 2011 e está linda e maravilhosa até hoje (importante frisar que eu uso ela demais).
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Levei:
um sobretudo cinza
duas calças cinzas escuros
uma blusa roxa
uma blusa estampada
uma gola azul de tricô
uma blusa de lã azul royal
um colarzão coloridão e um PB
uma blusa pesada de frio, cinza de gola alta

Levei mais do que eu gostaria por conta do medo de passar frio, mas eu teria viajado feliz só com essa calça das fotos. De ajuste, teria colocado uma saia vinho e uma jaqueta marrom escuro.
Fiquei tão orgulhosa de não ter escolhido nenhuma peça preta – joguei cores e neutros sem ser preto e branco – que percebi o quanto esse processo de se vestir pra si mesmo e se perceber é porreta demais. Eu amo preto e é uma cor que me favorece, mas na prática eu quero testar mais possibilidades, para justamente criar looks mais coloridos e não-óbvios.
Esse post não reúne dicas de malas, mas mostra a minha transformação pessoal também nesse quesito. Claro que fiquei reclamando um pouco que poderia ter levado uma saia no lugar de uma calça, mas não tinha nada errado ou sem sentido ali! Tudo estava coeso, funcionando e com harmonia cromática.
Tenho simplificado ao máximo para tornar esse processo mais tranquilo, repito roupas completas sem medo de ser feliz (o look que usei no workshop do Rio, por exemplo, foi completo pra SP!), e tenho tentado ao máximo não deixar mais a mala pra ser feita no dia.
Tenho ficado cada vez mais surpreendida com a minha leveza esse ano. Sem cobranças de looks incríveis, sem desorganização – método e treino são essenciais nesse assunto – e usando mais e mais o que eu tenho há anos no armário. Quem diria que eu tiraria de letra essa função de mala de viagem.

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