A ilusão de comprar a mesma roupa em cores diferentes

Eu sempre li e ouvi – muito antes de ter blog, e isso já tem 9 anos – de muita gente como era mais prático levar logo todas as cores possíveis daquela peça de roupa que ficou incrível. Pronto! “Problema” do guarda roupa resolvido por um bom tempo, e ainda com a ~esperteza de sair da loja com várias opções por conta das cores.
Achava um absurdo a pessoa ter todas as cores do arco íris de um mesmo modelo. Isso não era variar, era simplesmente ficar mais do mesmo em cores diversas.
De todas as cores compradas, quais foram as que você realmente usou? Geralmente escolhemos aquelas que gostamos mais ou intuitivamente nos favorecem (alô Conheça suas cores!) e as outras ficam ali, abandonadas numa gaveta obscura.
Até que, vejam vocês, mais uma vez em rede nacional eu mordo a língua, cuspo pra cima, atiro no pé, entre tantos outros sinônimos para a mesma coisa: fui tirar alguns cabides do armário e avistei essa sequência:

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Blusa Andrea Marques, em seda; à direita, blusa C&A

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Ambas blusas compradas na coleção Herchcovitch para C&A

Eu repeti praticamente os modelos e as cores (marinho e vermelhão), mas em marcas diferentes! Tanto que eu não sabia qual era qual na hora de subir as fotos aqui pro blog. Tudo bem que são roupas do ano passado e anos anteriores, mas, bizarro! 🙁

Analisando o que é indefensável:

O estranho fenômeno fica incutido na nossa mente e, sem sentirmos, repetimos os padrões que mais nos agradam, comprando as mesmas peças duas vezes, comprando de cores diferentes pra ganhar em variedade – afinal, aquela blusa vestiu tão bem, vamos levar logo todos os tons! – e, na real, na real, isso foi fruto de compras não pensadas, não planejadas.
Gosto de roupas com emoção, por isso desisti de comprar em coleções. Não raciocinamos muito na hora, achamos que é uma oportunidade, mas o calor do momento não deixa pensarmos que não precisamos de blusas novas exatamente iguais às que já temos e estão intactas nos cabides, ainda.
Não tem problema o modelo funcionar e você querer váriasssss coisas seguindo aquele estilo, claro que a gente quer se sentir musa, mas essa segurança também rende uma zona de conforto que nos aprisiona na mesmice. E não apenas dizendo que precisamos necessariamente sermos criativos, mas de simplesmente não gastar mais tempo e grana com o que já se tem.
As duas blusas da coleção do Herchcovitch, nas fotos de baixo, eu NUNCA usei. Sabe o que é nunca? Nunca. Nunquinha-nha. Por que? Acho que por serem de poliéster mais durinho, um tecido que me esquenta no calor, talvez porque elas não eram tão interessantes assim, nem tão confortáveis de usar, nem o melhor modelo que eu poderia querer.
E, não satisfeita, ainda arremato o mesmo modelo em duas cores. E por que eu comprei, na época? Acreditei que estaria levando duas curingonas, mas hoje eu já percebo melhor o tipo de peça que serve de curinga. E essas, definitivamente, passam longe.
Da foto de cima, a única que uso e adoro é da Andrea Marques, comprada por 45 reais no enjoei, de seda, leve, delicada, fresquinha, com cara de blusa phyna. Não gosto dos babados exatamente onde sou maior, mas eu equilibro com um colarzão e um batonzão ou blazer com ombros estruturados por cima dela.
Definitivamente estou numa onda de só trazer o que realmente vai ser o diferencial do armário. Ou a peça curinga de tecido bacana. Se eu quiser variedade, que eu busque marcas diferentes, modelagens com outras propostas, cores e texturas só que em modelos diversos.

Estratégias

– Antes de achar que precisa de algo, dê uma olhadinha boa no seu armário.
– Faça um inventário e perceba o que você tá realmente precisando para equilibrá-lo.
– Você tá mesmo precisando de uma calça preta pra substituir a outra que ainda dá um caldo? Ou uma reforma não ajudaria?
– Arrume tudo que você tem. Mesmo. Já tive uma cliente querida que achava que estava sempre precisando de blusas brancas básicas (BBB) e, ao tirarmos tudo de dentro do armário, contamos nada mais nada menos que VINTE blusas brancas…básicas. Algumas inclusive dentro de sacolas de lojas, socadas no fundo da gaveta.
– 20 calças pretas, mesmo em modelos diferentes, não significam variedade e nem garantia de looks também diferentes, juro.
– Parei com a angústia de comprar par das peças que amo com medo de se acabarem. Roupa guardada também estraga, dá mofo, a fibra mancha…
Dessas quatro, eu definitivamente ficarei só com a de babados, já que em mais de um ano eu não usei as outras três. E vocês? Compram muito repetidos ou acreditam nessa de sair comprando tudo em cores diferentes? Hehehe!

Jabá básico: pra ajudar nessas escolhas, direcionamento e como variar ficando realmente mais criativa, se liga que tem agenda aberta de consultoria de estilo pocket aqui no RJ e consultoria online para quem é de outras cidades – todas as infos aqui nesse link! Só mandar mensagem 😉

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