Teve uma época que usar estampa de oncinha tava super em alta: todo mundo desfilava a sua com uma calça vinho, de preferência, hahaha! Associada a uma peruíce, a pobre ficou estigmatizada como padronagem de estilo sexy e – infelizmente – quase sempre associado ao vulgar.
Já falei que odeio essa referência sobre vulgaridade quando se fala de estilo? Até porque esse termo só é usado para mulheres, reparem.
O que quero trazer aqui é esse exercício sobre sairmos um pouco dessa associação para enxergarmos que existem também formas e peças diferentes para cada estampa de acordo com o estilo da gente. Por exemplo, eu não usaria um casaco de onça, mas adoro nos acessórios. Assim como poás; não amo em blusas com estilo romântico, gola peter pan redondinha e laços, mas curto muito numa camisa mais estruturada.
Fato é que oncinha coordena com todas as cores e estampas que temos, porque basicamente é composta por cores neutras: marrons, preto, branco. Por isso ela é tão curinga e versátil. 🙂
Blusa Andrea Marques comprada no enjoei
E aí todo mundo pode achar uma onça (roaaarrrrr) pra chamar de sua: gosto dessa da blusa acima, com as pintas maiores, bem gráficas, mais espaçadas, com o fundo branco ocupando maior parte, já que marrom não é lá uma cor que me favoreça muito, daí o fundo, num tom bacana pra mim, ameniza!
Mas minha forma preferida de usar a estampa felina é nos acessórios e sapatos: cintos, bolsas e sapatos.
Separei alguns looks antigos para exemplificar melhor sua versatilidade: nesse aí tem uma mistura entre estampas, lenço e scarpin, mas que não é tão marcante por conta da distância entre as peças, usadas também numa produção mais neutra.
Esse aqui já mostra melhor como ela casa bem com outras cores/estampas, coordenada com a calça azulona. Imagina só se eu tivesse optado por um sapato tom de pele ou qualquer outra coisinha mais discreta, que pouca interessância esse look teria.
De novo naquela blusa, só que seguindo mais meu estilo, com casaco estruturado, alfaiataria e sapato pesado. Desassociei completamente a estampa daquele ar sexy que muita gente enxerga nela. O barato reside também nas composições que criamos de acordo com o que curtimos usar.
Mais uma amostragem do que a danada é capaz, de mostrar que seu protagonismo não interfere em nada numa produção mais arrumada ou com necessidade de adequação ao ambiente. Coordenada com listras – outro padrão bem curinga – corroborada pela saia estruturada e de comprimento midi, elegante. E olhem que essa blusa nem é de grandes qualidade, mas a saia e os acessórios ajudam a equilibrar a mensagem de estilo.
Look meeeeeeega antigo, de 2012, que mostra também o equilíbrio das mensagens com um sapato de inspiração masculina, como o mocassim. Essa proposta torna a peça mais funcional e, ainda por cima, super prática.
Para vestirmos/usarmos oncinha não precisa necessariamente associá-la a um vestido colado no corpo ou saltos altos, sabem? E tudo bem e tudo lindo para quem ama e se joga nessa proposta, mas o lance aqui também é desmistificar alguns estigmas que criamos quando falamos de certas peças e estampas.
Detalhes que ajudem a incorporar outras maneiras de transmitir essa proposta de criatividade, muito para olharmos alguns dos nossos looks com um novo olhar, sem medo de experimentar, sem essa de entender que o básico se resume a peças no tom da pele, marrom e preto lisas.
Clareei as ideias? Quem aí já animou de arriscar composições e se jogar na selvagem que habita seu armário? 🙂