Roupa que dura ou novidade sempre?

Outro dia estava conversando com alguém que eu não estou lembrando ao certo se era cliente ou amiga, mas a pessoa falava que não aderia a esse lance de ter poucas e boas peças, nem de armário cápsula e muito menos de gastar muito numa roupa para “durar” no armário.
Ela comentou que tinha pavor de ver a mesma roupa rendendo tanto tempo, que ela gostava de novidade e preferia ter um giro no guarda-roupa que ver aquela peça durando anos e correndo o risco de ficar datada.
Eu fiquei pensando no que ela disse para emitir uma opinião. Eu também sou a que gosta de novidade, mas estou tentando identificar e manter as boas bases, ou seja: a calça alfaiataria grafite que rende dezenas de produções e me sinto chic com ela, a jaqueta jeans que sempre muda a cara dos looks, a blusa preta de linho que vai com absolutamente tudo. Tudo sem muitos detalhes ou cortes super diferentes.
ana-provador

A jaqueta jeans deixando tudo mais legal! Essa é de brechó e custou 20 reais
A calça resinada é antiga, da C&A, e paguei 59,90 – uso demais e a considero curingona!
Blusa Benta Studio e Bota Piccadilly
Daqueles looks de impacto e ainda assim atemporais <3

Ou seja, independentemente de preço, essas peças são as que eu mais uso e as que bastariam no meu armário – inclusive num look entre elas. Eu tento atualizar com um ou outro item (sempre gosto dessa cara nova com sapatos e acessórios!) mas, no geral, não precisamos mesmo de metade das coisas que temos.

O que vale manter e o que vale entrar

Só que aí vem as questões: como saber que estou tirando do armário uma peça que não vai fazer falta? E se ela for uma peça interessante e eu não sei? Como perceber o que vai atualizar ou não?
Bom, primeiro eu tracei as características do meu estilo e limei sem dó tudo que estava fora dele, como peças mais românticas e, pasmem, as estampadonas ultra coloridas. Estou preferindo muito mais as cores e estampas sóbrias ou sem tanta informação.
Depois tentei usar aquelas roupas encostadas há séculos: se elas não rendessem mais de três looks, adeus. Se eu não usei aquela peça em tantos anos, não seria agora que ela faria falta.
Um fato é que notamos no outro mais as partes de cima que as de baixo, que por isso podem ser em menor quantidade e em tons mais neutros e neutros coloridos.
Para atualizar eu disse que gosto de sapatos: taí um item que poderia não durar tanto comigo, porque são poucos os que eu amo e quero manter. Invisto em algum sapato mais descolado ou então num lenço ou colar/brincos que deixem o visual mais contemporâneo – no momento estou viciada nos da Luiza Dias 111.
Diferentemente dos sapatos, eu praticamente não vario as bolsas. Todo mundo aqui sabe que eu só uso as bolsas saco preta e a caramelo da Adô. E mesmo mais desgastadas eu não me importo e vou usando, até porque bolsa é uma parada bem cara pra acharmos que marcas de uso (o que é diferente de estarem desintegrando ou manchadonas) não são aceitáveis – ainda mais num mundo em que até bolsa da Renner tá custando 400 pilas.

Insisto no discurso de investirmos mais nosso tempo em peças que vamos usar muito mesmo, pra valer, porque isso poupa mais pra frente uma nova busca para substituí-las, consequentemente uma frustração por conta das tendências. Com boas bases, passamos a exercitar mais criatividade ao tentar variar o que se tem.

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