O que foi barato e o que é caro

Sempre que apresento meu blog a uma pessoa que não conhece, eu falo de moda acessível e possível – que é bem diferente do objetivo inicial dele. Como eu digo hoje em dia nas palestras e aqui, o foco amadureceu, foi para um lado em que comprar quantidade só pelo preço nem sempre é uma boa escolha, que aquisições podem ser investimentos

Mas já ouvi muito as pessoas responderem assim: “Ah, essa é a moça do blog que só usa fast fashion, que só usa roupas bem baratinhas”.

Não estou dizendo que isso é ofensivo, muito pelo contrário, mas tento mostrar que foi por água abaixo associar moda possível exclusivamente com fast fashion, ou alguém aqui tem dinheiro pra pagar o que estão pedindo nessas coleções? Tá osso! hahaha. Até onde eu tinha dinheiro pra comprar está cada vez mais distante!

Tudo se resume a encontrar o caminho do meio na vida e aplicar isso ao vestir e não dar bola para julgamentos, porque eles vão existir. Às vezes vejo as pessoas presas nesses conceitos, muito em parte por acreditarem que elas não ~merecem~ melhor que aquilo, ou que não faz parte do seu universo. Ninguém tem que fazer aloka e entrar na Chanel, hahahaha, mas sabem aquela história de não ter medo de entrar nas lojas? O processo começa dentro da gente, quando conhecemos mais outras possibilidades, podemos fazer escolhas mais flexíveis, tangibilizarmos investimentos, comprar aquilo que representa quem nós somos!

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Usei esse look de hoje na segunda para encontrar amigas para um café e percebi que eu estava vestida de marcas que estão há quilômetros da realidade do meu bolso e – olha que coisa boa! – paguei bem barato por elas. Na verdade, eu procuro vestir apenas o que me representa, o que diz muito de quem eu sou de dentro pra fora. Senão você vira um cabide de labels vazias, cópias descaradas de um desejo que não pertence a você.

Este blog é uma prova de que, com olhar atento, coração e mente abertos e muita paciência, conseguimos aos poucos perceber nossas possibilidades e adequar os desejos. E isso diz respeito a quem nós somos e que evoluímos naturalmente ao longo das nossas vidas.

E foi assim com esse look de hoje: estou vestindo marcas que não cabem no meu bolso, hehe, mas que custaram mais barato que o torra-torra do meu bairro, hahaha! Brincadeira, mas eu não imaginava pagar  nem 60 reais por uma calça toda de linho da Richards. Ou ter uma bolsa de couro sem deixar um rim em troca. Ou arrematar uma jaqueta jeans Levi’s sem fazer dívida no cartão.

Tudo veio ao seu tempo, no momento em que abri meu armário e desapeguei de mais e mais peças que não me preenchiam, escolhas equivocadas ou que já tinham tido seu tempo comigo. Não me deixei levar pelos desejos e aquisições dos outros, mas sim pelo que eu, Ana, gosto e quero pra mim!

Essas escolhas independem de marcas, de etiquetas presas na roupa ou no super valor que colocam em algumas coisas. Isso vai de encontro à você essencialmente.

Diz mais sobre a coragem de ter um olhar generoso sobre si mesmo e isso se refletir nas suas roupas. Que moda possível nem sempre é o caminho mais fácil (ou não é moleza entrar na loja, pedir a roupa do lookbook completa e passar o cartão?), mas fala muito sobre vencer barreiras, pequenas e valiosas conquistas pessoais e um processo de respeito e autoconhecimento. 🙂

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Dedinhos rosa-porquinho, rs!
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T-shirt Zara no Enjoei – 22 reais
Calça de linho Richards no Top Fashion Bazar – 58,00
Jaqueta Levi’s no Mercado Livre – 85,00
Rasteira AD no Top fashion Bazar – 69,00
Bolsa Osklen comprada no bazar da marca – 300,00 em 3X
óculos ZeroUV – 9,90 dólares
Colar Lita Raies – 90,00

fotos: Isabella Mello (clique nelas para ver os detalhes)

Ah, e sobre o look: uma mistureba de estilos que deu certo e me deixou confortável pra sentar e papear um dia inteiro. 🙂

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