No Twitter rolou essa sequência de postagens da marca Use Brusinhas denunciando a crise com a produção têxtil no Brasil. Por conta da pandemia (muitas fábricas pararam ou trabalharam em esquema reduzido, perdendo capital de gito), do dólar alto e, principalmente, de toda a produção de algodão ter sido exportada (lucro maior com o dólar alto), nós, que somos o quinto maior produtor de algodão do mundo (e, no Brasil, é a quarta que mais compra agrotóxicos), ficamos sem matéria prima. Não existiu um protecionismo da indústria nacional, os pequenos empresários vão sofrer com falta de matéria prima, atrasos e valores aumentando, enquanto os grandes empresários serão os maiores beneficiados.
Alguém aí disse pra mim que moda e política não se misturam. Pois bem, minha gente: não só têm a ver, como TUDO É POLÍTICO! Acompanhem a sequência:
Em maio essa matéria do UOL mostrava o impacto na indústria por conta da pandemia. “O setor de algodão no Brasil, o segundo maior exportador mundial da commodity, enfrenta queda da demanda por exportação e crescentes estoques globais devido às menores compras de têxteis e vestuário”
O algodão aqui é do agronegócio, plantado em sistema de cultura rotativa juntamente com milho e soja, como também em sistema de integração lavoura-pecuária, ocupando grandes hectares de terra. A produção de algodão está totalmente ligada à bancada ruralista – acho que isso já diz muito sobre o que está acontecendo.
Pelas matérias que pesquisei, dá para observar claramente que falam da crise no setor, mas com muita ênfase dos empresários nas exportações e de assumirem o lugar dos EUA. Ainda algumas dizem que não faltaria fio para as indústrias nacionais – que não é o que tem acontecido.
Tem essa mais recente do Diario do Comercio falando sobre a crise, com a fala do presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado de Minas Gerais (Sift-MG), Rogério Mascarenhas. “o avanço no preço do algodão, nos últimos dois meses, foi de cerca de 22%, e o do fio do algodão, no mesmo período, foi de algo em torno de 50%. O algodão recuperou um pouco da paridade internacional. Por se tratar de uma commodity internacional, essa é a tendência”
Nessa matéria do Dourados Agora, de agosto, a safra de algodão 2020/21 no Brasil deverá bater o recorde de 2.9 milhões de toneladas, informou o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e membro da Câmara Setorial do Algodão do Ministério da Agricultura, Hélio Sirimarco.
Ainda de acordo com a matéria:
“Segundo estimativas de mercado, de 60% a 70% dessa safra já está vendida. O produtor está aproveitando os momentos que o mercado vem proporcionando, especialmente em relação ao dólar”, disse Sirimarco.
Ele acrescentou que, no cenário das exportações, “o Brasil tirou proveito” da crise entre Estados Unidos e China.
“Estamos ocupando o lugar dos EUA na soja e principalmente no algodão. O volume de vendas é bastante grande”.
Sabemos quem serão os beneficiados e os maiores prejudicados: pequenos empreendedores, quebrando a produção de muitos, além de impactar em empregos e no tipo de produto que consumimos – matéria prima pior, fraude, aumento dos preços no produto final. Parabéns aos eleitores do atual governo #sqn.