Como conhecer e entender seu corpo é primordial na hora de comprar roupas

Volta e meia eu, Mari, recebo comentários e mensagens falando sobre meu estilo e sobre como as roupas que eu uso “caem super bem” em mim – e não necessariamente isso quer dizer que elas parecem me deixar mais magra. Desde que eu comecei a me interessar mais por moda – ler e estudar mais sobre -, criei o compromisso de observar bem meu corpo e minha personalidade, para que eu parasse de fazer compras desnecessárias e entendesse
É quase um fato: mesmo em marcas de tamanhos plus size, sempre preciso levar as peças que compro para fazer algumas modificações. Explico: sou uma gorda com o quadril bem mais largo que a cintura, que por sua vez é bem “desproporcional” ao meu busto – e pra aumentar o tamanho da confusão, sou baixinha. Então já visto saias e shorts do meu tamanho sabendo que precisarei mexer na bainha (já que amo tudo bem curtinho) e fazer uma pence pra ajustar na cintura, e quando se trata de vestidos ou macacões/macaquinhos, é preciso sempre mexer nas alças e no tamanho do busto.
Durante muito tempo, comprar roupas eram um martírio e eu odiava ter que fazer modificações, então eram bem comum eu sair pela rua com as alças caindo, a calcinha aparecendo na cintura. Fora quando eu comprava para determinada ocasião e o prazo vinha sempre “em cima do laço”, daí não dava tempo de fazer as modificações e eu usava a roupa toda tronxa.
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Não faz muito tempo que eu entendi isso. Há uns dois meses, comprei um macaquinho e a loja disponibilizava uma pessoa para fazer os ajustes necessários. O rapaz marcou o que eu pedi, e perguntou algumas vezes se não ficaria curto demais ou mesmo apertado. Eu lembro que respondi “confia em mim”. No dia em que fui buscar a peça, vesti em seguida para provar e o pessoal da marca ficou encantado, dizendo que vestiu muito bem. Quando eu externei, percebi que é disso que se trata o que passei a chamar de “maturidade de estilo”: você conhece o seu corpo suficientemente bem, sabe o tipo de peça que te deixa confortável para cada ocasião e comprar roupa ou se vestir acaba não sendo um martírio – eu, por exemplo, não procuro mais roupas para mim em shopping, pois sei que é certeza de frustração.

O que me ajudou nesse processo de autoconhecimento?

Tirar fotos dos meus looks
Essa é sempre a primeira dica que eu dou. Se olhar no espelho com vontade e com carinho ajuda muito a criar uma intimidade e uma relação de amor com seu corpo, além de conhecê-lo melhor. Além do conforto, é bom “treinar a visão” para sacar o que você acha que fica bonito. O ideal é que faça isso toda vez que se arrumar para sair. Se não tiver ninguém para tirar foto pra você, tira no espelho mesmo!
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Observar os cortes, cores e tecidos e estampas que mais curto
Após alguns dias de fotos de looks já dá pra tentar traçar um perfil. Quais são as cores que imperam no seu armário? E os cortes? Por aqui, vi que vestidos com cintura marcada, shorts jeans curtinhos, camisetas 100% algodão e blusas de alcinha são grande parte. Não tenho nenhuma peça com mangas que não seja 100% algodão. Também percebi a ausência daqueles tecidos tipo poliéster, sintéticos. Sinto muito calor e suo muito usando roupas com esse tecido! Além disso, 99,9% das minhas peças estampadas são florais. São “detalhes” que te ajudam na hora de escolher uma nova roupa e evitam que você leve algo por puro impulso.
Me perguntar por que eu curto aquilo tudo
O ideal é que sua resposta não tenha nada a ver com as técnicas que te fazem parecer mais magra, mais alta, ou que visam disfarçar algo em você. Eu, por exemplo, curto as roupas que me deixam mais confortável e mais fresca, pois sou mega calorenta! Além disso, gosto da liberdade de poder sentar com as pernas abertas, então tenho muito mais shorts curtinhos, jardineiras e vestidos longos, que me permitem ter mais comodidade na hora de sentar. Acho meus ombros lindos, daí o excesso de blusinhas no corte ombro a ombro e também de alcinhas.
Também foi muito útil me olhar com frequência no espelho – nua ou vestida -, além de ler e seguir mulheres com o corpo parecido com o meu nas redes sociais, saber onde elas compram, o que buscam quando vão comprar roupas novas.
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Com a prática, uma espécie de instinto vai sendo criado em você, para que pare de perder tempo com o que não faz seu estilo ou que saiba se uma tendência te agrada ou não. Moda é forma de expressão, fala muito sobre a sua personalidade. Vale a pena olhar pra dentro de você e buscar o que há de melhor. A partir disso, a pesquisa por roupas vai ser menos dolorosa, aposto.

mari-rodrigues-hoje-vou-assim-offMariana Rodrigues
Carioca, 30 anos, gorda. Tagarela de carteirinha, fã de chá gelado e viciada em bons debates na internet. Apaixonada por moda e televisão, escreve sobre esses e outros assuntos também em seu blog aquelamari.com
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