Um dia de mule – a experiência com a queridinha da estação

O que eu mais li de comentários sobre o retorno das mules (a primeira vez que tive uma foi nos anos 2000), foi que era um sapato “polêmico”, justamente por fugir dos padrões de sapatos, por não ter a parte de trás, do calcanhar, ser aquela coisa meio do caminho: meio aberta, meio fechada…
Eu, que sempre curti um sapato diferentão (vide minha coleção com sapatos de fusca, mosca e peixe), pensei que esse era só mais um nesse esquema, considerado fora da curva, então comprei o meu loafer (essa variação de mule aí da foto) por impulso, confesso. Já tem alguns meses e não consegui efetivamente usá-lo – e, vejam bem, nem é por falta de coragem ou algo do gênero, mas porque comecei a achá-lo pouco prático mesmo para caminhadas, sendo eu uma pessoa andarilha, usuária de transporte público.
Hoje mesmo fui a um evento num bairro cheio de ladeiras e com calçadas de paralelepípedos, pensei em usar minha mule…mas desisti, imaginando que daria uma patinada com esse sapato no meio dessa caminhada de obstáculos. Bom, o que é normal, já que salto alto também não entraria nessa programação!

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Minha mule loafer que tá intacta ainda

Conversando com a Mari, colaboradora do blog, ela descreveu a mesma situação ao testar o seu par do sapato-tendência do momento. A polêmica passou a ser a sua usabilidade/estabilidade e não apenas a sua estética.
A Mari testou então a sua e compartilhou a experiência conosco:
“Não tenho o hábito de andar com sapatos abertos. Me sinto insegura, além de volta e meia “chutar” com força e ficar descalça nas mais diversas situações. Para piorar, eu tenho o calcanhar super grosso e a “pisada torta”, então, quanto mais fechado o sapato for, menos risco de ficar com a pele daquela área mais espessa. Não sei realmente o que me atraiu, mas me apaixonei pelas mules quando começaram a aparecer nas prateleiras e vitrines.
Sendo muito franca, não consigo entender como esse estilo de sapato é tendência para o inverno, já que o calcanhar fica todo pra fora, sem contar no risco de chuva, e não quero nem imaginar um passeio de mule pelas ruas alagadas após uma chuvinha mínima de inverno. Não consegui ser racional diante da paixão que nutri pelas dezenas de pares que vi nas lojas em uma ida ao shopping. Difícil mesmo foi escolher uma só.
Escolhi um dia que aparentemente seria calmo para estrear a mule branca de vinil que comprei na Renner. Estava quente e eu iria resolver questões rápidas no Centro, entrar em reunião e seguir para um happy hour com amigos. Como estaria usando pela primeira vez, achei que seria bom ter um programa mais light, para não correr o risco de machucar o pé em andanças mais demoradas. De início achei que a 35, meu número, estava grande demais em mim, mas notei que é o formato do sapato mesmo, que tem essa tendência de “ser chutado” (principalmente com quem tem um andar mais bruto, como eu). Alguns minutos andando e me adaptei com facilidade, já estava adorando e recomendando a tendência para amigas, quando li uma mensagem da minha avó, que também estava no Centro e queria companhia para uma voltinha no Saara. Eu tinha um intervalo generoso entre minha última reunião e meu programa com amigos, então fui.
Aí começou o problema, amigos. Andei cerca de 1,5km para ir até o ponto de encontro com a minha avó, depois passamos cerca de duas horas andando sem parar pelas ruas do Saara! Como eu disse, o dia estava super quente, meu pé começou a suar, a mule escorregava com uma periodicidade irritante e meu calcanhar ficou imundo! Para completar, acho que por conta do calor e da andança excessiva, o peito do meu pé ficou machucado e precisei contar com band-aid nos dias seguintes para usar minhas sapatilhas de costume.
Conclusão: o sapato é lindo, estiloso e super prático para uma ida ao cinema, um happy hour ou qualquer programa que não exija uma caminhada mais longa. Fique atenta à previsão do tempo e arrase com sua mule!”
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Eu acho que é um sapato que traz conforto dependendo do material, mas certamente não é um tênis-pau-pra-toda-obra, assim como alguns outros sapatos não rendem um dia inteiro pra lá e pra cá.
E vocês, no meio desse furacão de tendências e modismos, topariam essa proposta de pisante ou vão passar reto?

Post com colaboração de Mari Rodrigues, do blog Aquela Mari, que escreve semanalmente sobre moda plus size.

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