Perder roupas por variação de peso: e agora?

ana-soares-bonde
Uma das poucas calças que ainda me servem

Eu engordei 7kg em menos de um ano. Antes de me separar, tinha emagrecido bem, não conseguia comer. Aí veio mudança de vida, um novo casamento, uma nova rotina, falta de exercícios, muito trabalho (exagerei ano passado), muitas viagens e comilanças por onde passei…hehehe.
Mas esse post não é sobre minha reação com meu peso a mais – até porque eu estou me achando gata e gostosa bagarai –, mas com as minhas roupas.
Como eu nunca havia chegado nesse peso que estou hoje, nem chegado perto, aliás, obviamente minhas roupas não estão cabendo, em sua grande maioria, ou estão apertadas ou marcando.
Se antes eu me arrumava super rápido, hoje tem sido mais dramático. Penso no look, vou lá provar a parte de baixo…não fecha. Apertado. Me sufocando. Tiro, coloco outra, mesma coisa. Minhas peças curingas e amadas, nem elas se salvam.
Confesso que fico chateada mais por demorar a escolher uma roupa que não me aperte, do que pelo ganho de peso.
E aí eu olho pro meu armário, cheio de roupas. Muitas delas maravilhosas, que eu amo de paixão, que me acompanham há tantos anos. O que fazer? Comprar tudo de novo? Gastar essa grana? Guardar todas elas em contêineres?
Bom, comprar tudo tudo tudooo de novo, não, né. Primeiro, por ser difícil encontrar peças boas como as que eu tenho há tanto tempo. Tarefa árdua, eu diria.
Segundo, porque não rola gastar uma grana assim. Não é uma variação de peso muito significativa, como acontece com algumas pessoas que, por uma série de motivos, engordam bem mais que 10kg ou emagrecem algo nessa proporção ou mais. Elas precisam observar o peso que estacionou para levarem peças novas para seus armários, e isso será um processo, um investimento.
No meu caso, me chateia não ter mais tanta opção. Já me culpei e cobrei sobre isso.
Mas, quer saber? Não estou afim de me sacrificar por roupas. Estou ativa, voltei pro pilates, segurando a onda quando viajo, ciente dos meus 40 anos, e é isso. Que seja um processo!

A redescoberta do armário

Não guardei as roupas – até porque são muitas – mas deixei mais à vista as peças que estão cabendo melhor ou que são adaptáveis. Elas continuam ali, não me afrontando, mas me inspirando com suas cores e belezas. Como quadros bonitos, entendem?
Experimentei roupas que estavam esquecidas em meio a tantas outras. São as que couberam, mas que estavam encostadas e ganharam uma nova chance de se mostrarem incríveis nos meus looks diários.
Por incrível que pareça, estou AMANDO usar blusas justinhas! Estou me sentindo gostosona nelas hahaha! E pensar que a Ana de anos atrás usava tudo largo por “vergonha”…
Deixei separado pra ajustes peças que eu tinha feito pence, para soltá-las.
Compreendi que as roupas que não cabem mais (e que podem voltar a caber) foram maravilhosas em muitos momentos comigo. Cumpriram e ainda podem cumprir suas funções, mesmo que seja pra mostrar que aquela peça não cabe mais na sua vida.
Que você pode abrir seu olhar pro novo, se perceber com outra silhueta em outros shapes. E se entender assim. As roupas estão lá, mas meu corpo continua vivendo, me dando prazer, me levando. Eu continuo.
As roupas que nem cheguei a usar e agora não usarei mesmo porque não cabem, foram uma lição também. Roupas que guardei pra uma ocasião ou que não tiveram chance porque eu tenho roupa demais. Ou seja, se não usei mesmo antes, isso quer dizer que elas não tinham lá muita função no meu armário.
A Ana de anos atrás se torturaria. Essa Ana aqui, não. Não são botões abertos que farão meus dias mais pesados. E, sendo muito realista, eu ainda tenho muita opção. Que privilégio, né não?

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