O desencontro e reencontro do meu estilo como mãe

Quando eu preciso me arrumar, muitas vezes a vontade é ficar sentada ou deitada no chão para aproveitar aqueles segundos de silêncio comigo. Em outros momentos vou ter uma neném agarrada a mim pedindo para tirar o brinco, puxando minha roupa e falando freneticamente – aí é uma dificuldade raciocinar uma roupa, fico atordoada.

Em vários momentos eu olhava para outras mães na rua, nas redes sociais e pensava “como elas conseguem estar arrumadas?”. Esse pensamento não é saudável: eu ficava me comparando com vidas diversas, onde não cabe uma régua. Tem mãe que tem rede de apoio, tem mãe que precisa se vestir das estampas mais coloridas para se sentir viva e não sucumbir. Tem quem já não curtia se arrumar e assumiu com muito gosto o básico.

Eu estou numa necessidade louca por roupas novas, o que acho bom e ruim: bom porque eu estou com muita clareza do que quero. É ruim porque não dá pra ficar gastando dinheiro né, gente. Tá tudo absurdamente caro, tudo, não tenho mais o tempo de fuçar lojas, nem mesmo online. Tem dias que a frustração bate pesado, tem outros que eu faço novas coordenações com as roupas que já tinha e me acho o máximo, tem as vezes que eu queria zerar meu closet e comprar tudo novo de uma vez só.

Tem vezes que amo o look e repito três vezes na semana, como foi o caso desse. No primeiro dia eu amei, no terceiro dia eu tava detestando, hahaha. Mas pensar em outro look, do zero, estava fora de cogitação com a correria da rotina e ele ainda tava cheirosinho pq usei pra saídas rápidas, hahaha.

Tem vezes q eu sei que essa fase vai passar, mas também agradeço porque eu realmente parei de insistir em ter muita coisa, em me apegar a roupas que não servem nem no meu corpo mais, nem na minha vida. E eu acho um alívio ser mais prática ainda, além de ter essa sensação paupável que a vida mudou de etapa e é assim é. Não me arrependo de muita coisa, apesar de me chatear ao relembrar gastos desnecessários.

Ser mãe é esse corte seco sem anestesia, em que tudo muda de uma hora pra outra e não tem como mais voltar. Eu tinha muito medo disso. Agora eu estou bem empolgada – apesar de um pouco perdida, tem sido importante esse exercício mais cauteloso e acolhedor de olhar pra mim e me entender.

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