Afinal, qual o significado de se vestir bem?

Eu sempre fui uma gorda que gostei de usar roupa curtinha, algumas bem justas. “Roupa de magra”, dizem algumas pessoas. Em contrapartida, tenho vestidos que marcam mais a cintura e são mais soltos no quadril, dando aquela sensação dele estar maior. Tenho seios grandes e caídos, mas não dispenso usar blusinha ou vestido sem sutiã. E o que acontece quando eu visto essas roupas? Sempre tem alguém para me avisar que tal peça “não vestiu bem”, e o problema é sempre o fato dela “não favorecer” meu tipo físico.
A maioria das pessoas acredita que determinadas roupas vestem bem apenas se surtem aquele efeito “emagrecedor” e alongador. Não é à toa que em pleno 2017 muita gente continue sofrendo com cintas e outros artifícios para disfarçar o que consideram defeitos em seu corpo. Depois de ser muito questionada sobre algumas das minhas peças não me vestirem bem, surgiu uma questão: existe algum tipo de conceito universal sobre se vestir bem? O que faz uma pessoa ser considerada bem vestida?
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Para começo de conversa, esse papo passa também pela questão do controle do corpo alheio – e quase sempre esse tipo de questão é voltada para o corpo feminino. Cansamos de ver na TV, nos jornais e revistas pessoas sendo taxativas com relação a quem pode ou não usar certas peças, principalmente se tratando de tendências de moda.
“Baixinhas não podem usar bota over the knee.”
“As altas devem evitar salto.”
“Muito magras devem evitar calça skinny.”
Estamos sempre supondo que mulheres querem parecer com as modelos de passarela ou capa de revista. Para mim, estar bem vestida é um combo de me sentir confortável com determinada roupa + me olhar no espelho e me sentir bonita. Um grande exemplo pra mim é a meia arrastão. Acho linda, principalmente como tá usando agora, com o cós à mostra, mas acho completamente desconfortável! Esse desconforto vem desde criança, tenho várias fotos com carinha triste e andando com as pernas abertas quando minha mãe insistia em me vestir com meia calça ou arrastão, haha.
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Adoro tendências, mas não são todas que me pegam. É claro que muitas vezes a insatisfação com o que se vê no espelho pode ter a ver com equívocos na hora de comprar peças – e aí o serviço de consultoria de estilo da Ana pode te ajudar.
Entender porque uma peça não te veste bem é também um grande exercício de autoconhecimento. Entender a maneira como outras pessoas se vestem – mesmo que para a sua vista não seja algo agradável – é, acima de tudo, uma questão de respeito com o próximo.

mari-rodrigues-hoje-vou-assim-offMariana Rodrigues
Carioca, 29 anos, gorda. Tagarela de carteirinha, fã de chá gelado e viciada em bons debates na internet. Apaixonada por moda e televisão, escreve sobre esses e outros assuntos também em seu blog aquelamari.com
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