{pensamento do dia} Sobre ser feminina e seus desafios

Em tempos onde blogueiras viraram celebridades que beiram a perfeição, gosto e faço questão de me mostrar a mais humana das criaturas, porque a minha intenção é fazer com que todo mundo se identifique e seja feliz à sua maneira. Entretanto, sei que não deveria, mas me cobro demais. Quero entregar o trabalho perfeito, fazer o jantar mais delicioso, me vestir com criatividade para o blog ter sempre novidades. Sim, eu compreendo que não dá pra fazer tudo 100% – ainda mais quem acumula muitas tarefas, como eu – mas é incrível como a gente se sente cobrada nessa vida. Unhas feitas, cabelo pintado, make bacana e roupa alinhada. E levar casa, marido, filhos, trabalho, estudos, tudo nas costas. Ser mulher é uma provação diária e saber que se carrega um mundo em nossos ombros.

Eu sei que não sou super mulher – e nem quero ser. Entao pra que tanta cobrança? Para quê se mostrar tão perfeita, se a vida é incrivelmente repleta de imperfeições – que bom, que alegria ser assim!

Aí resolvi relembrar esse post de 2011, sobre essa carga diária que as mulheres cismam em pegar pra si. Reli para me reencontrar nesse turbilhão e estou postando novamente para quem chegou agora refletir comigo! 🙂 E com direito ao look da época, que eu acho lindo até hoje, haha!

Sobre ser feminina e seus desafios

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Ana veste:

Blusa Leader – presente da marca, mas era 39,00
Blazer MNG comprado no Brechó Griffe Stock (SP) – 50,00
Calça C&A – 99,00
Tiara Renner – 9,90
Bolsa O Artífice e cinto da mesma marca que custou 15,90
Sandália Espaço Fashion – 90,00

fotos: Lu Haua

Ser mulher e assumir todas as nossas feminices para o mundo nem sempre é fácil. E olhem que eu nem sou chegada a ficar horas em salão e nem tenho tempo de fazer as unhas toda semana. Mas mesmo assim aprendi a prestar atenção nos detalhes de um look, a me divertir pensando em me vestir diferente todos os dias, a me maquiar e arrumar meu cabelo. Faço isso diariamente e já me acostumei: maquiagem é pá-pum e cabelo, idem. Gosto MUITO de me arrumar e me sinto bem quando consigo estar como gostaria. E acho que acabo contagiando a todos em volta!

Mas a gente se depara com algumas coisas e percebe que não é todo mundo que acha isso legal. Para muitas pessoas, você estar maquiada, bem vestida, com cabelo arrumado e tudo o mais ainda é sinônimo de que você está preocupada com outras coisas que não seja o trabalho, a família, etc. Por incrível que pareça, ainda há quem pense que intelecto e vaidade não podem andar juntos. E eu estou loooonge de ser uma perua, heim! hahaha!

Eu mesma já me peguei pensando como alguém que diz não ter tempo consegue estar sempre com as unhas feitas. Pensamento machista, né? Nós mulheres sabemos dar nosso jeito, nem que isso signifique fazer as unhas de madrugada, no carro, se maquiar no metrô, escolher a roupa que vai usar no dia seguinte, arriscar as combinações de looks…arrumar tempo pra si mesmo não é sinônimo de falta do que fazer. Cuidar da aparência e se amar não tem relação nenhuma com baixa produtividade. Uma mulher bem resolvida, feliz com sua imagem e minimamente vaidosa se sente segura o suficiente para encontrar clientes, resolver pepinos, dar palestras, escrever monografias e por aí vai! Delicadezas, perfumes e cores podem e devem fazer parte até dos ambientes mega-super-corporativos.

Quando eu era mais nova, trabalhava em 2 escritórios ao mesmo tempo e ainda fazia freelas nos finais de semana (e também não conhecia o poder de uma maquiagem), vivia com aquela cara de cansaço, para todo mundo ver como eu estava ralando (Freud explica!). Era quase um atestado de “olhem como sou batalhadora! Tenho olheiras e tudo mais”. A gente quer se auto-afirmar e pensa que, mostrando o ar de cansaço pra todo mundo ver, estará automaticamente ganhando pontos e se mostrando séria e responsável. Até a ficha cair e perceber que o mundo não gira em torno somente de trabalho, que eu precisava viver mais os meus dias. Foi um processo.

Hoje em dia eu trabalho menos do que antes, mas ainda tenho muitas obrigações. Mas a principal obrigação que me impus foi a de nunca sair de casa sem um corretivo nas olheiras e um rímel para aliviar o olhar de cansaço. Nunca, nunca, saio sem eles, sem um blush e batom. E isso me deixa mais tranquila para encontrar um cliente e ele saber que pode confiar em mim, perceber que eu dou conta do recado – e não que vou ter um piripaque a qualquer momento e estafar sem entregar o projeto.

Prestar atenção em si mesma já é sinal de compromisso e de responsabilidade. Responsável por nós mesmos e por quem nós representamos. Vaidade é importante dentro de casa e fora dela. Seria tão bacana percebermos que, mesmo onde a seriedade impera, o sorriso pode ser bem-vindo. E fica mais interessante quando esse sorriso é vermelho, a minha cor preferida de batom.

Post originalmente publicado em 25/08/2011

PS: acho que nem preciso dizer que não é pra todo mundo usar maquiagem se não gosta, mas de repensar seus momentos, de não achar que vão subestimá-la por ter tempo pra você e nem que devemos dar conta de tudo. 🙂

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